ATA DA SEPTUAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 23-9-2002.

 


Aos vinte e três dias do mês de setembro de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Nereu D'Avila e Paulo Brum. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Mauro Zacher. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Na ocasião, face à inexistência de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas a Ata da Septuagésima Segunda Sessão Ordinária, as Atas da Vigésima Sexta e Vigésima Sétima Sessões Solenes e a Ata Declaratória da Septuagésima Terceira Sessão Ordinária. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, 01 Pedido de Providências e o Pedido de Informações nº 200/02 (Processo nº 2918/02); pelo Vereador Haroldo de Souza, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Laerte Flores, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Pedro Américo Leal, 01 Pedido de Providências. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 453, 588 e 593/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença do Padre João Tadeu da Silva, convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua Reverência, que aludiu à peregrinação, em Porto Alegre, da imagem de Nossa Senhora de Fátima, oriunda de Portugal, informando que a mesma seguirá um roteiro de visitação às Paróquias da Cidade, do dia vinte e nove de setembro ao dia treze de outubro do corrente, convidando os Senhores Vereadores para participarem de carreata em homenagem à Santa. Às quatorze horas e vinte e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e vinte e três minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear a Associação Canoense de Deficientes Físicos - ACADEF, pela conquista do “Prêmio Top Ser Humano – Edição 2002”, nos termos do Requerimento n° 144/02 (Processo n° 2822/02), de autoria do Vereador Paulo Brum. Compuseram a Mesa: o Vereador Carlos Alberto Garcia, 1° Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; o Senhor Tarcísio Cardoso, Presidente da Associação Canoense de Deficientes Físicos – ACADEF. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Paulo Brum, saudando a ACADEF pela conquista do “Prêmio Top Ser Humano - Edição 2002”, discorreu sobre a importância das atividades desenvolvidas por essa instituição no sentido de incluir socialmente os portadores de deficiência física. Também, referiu-se à trajetória da entidade desde a sua fundação, ocorrida em mil novecentos e oitenta e quatro, até os dias atuais, ressaltando ser a mesma um exemplo de instituição filantrópica sustentável. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Tarcísio Cardoso que, em nome da Associação Canoense de Deficientes Físicos - ACADEF, agradeceu o registro feito hoje por este Legislativo, com referência à conquista do “Prêmio Top Ser Humano – Edição 2002” pela entidade. Na ocasião, foi apresentado um vídeo pertinente aos projetos e atividades sociais desenvolvidas pela ACADEF. Às quatorze horas e quarenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e dois minutos, constatada a existência de quórum e, após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador João Bosco Vaz, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a assinalar o transcurso do septuagésimo aniversário do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul – SINDEC – RS e do sexagésimo aniversário do Sindicato dos Corretores do Rio Grande do Sul – SINCOR – RS, nos termos do Requerimento nº 108/02 (Processo nº 2044/02), de autoria do Vereador João Bosco Vaz. Compuseram a Mesa: o Vereador Carlos Alberto Garcia, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; a Senhora Esther Machado, Presidenta do SINDEC - RS; o Senhor Sérgio Petzold, Presidente do SINCOR - RS. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Bosco Vaz, como proponente desta solenidade, homenageou o septuagésimo aniversário de fundação do SINDEC - RS e o sexagésimo aniversário de existência do SINCOR - RS, registrando o reconhecimento desta Casa ao trabalho desempenhado pelos dois sindicatos ao longo do tempo. Também, destacou a necessidade da formação de um Conselho Federal que represente os interesses dos corretores de seguros no País e aludiu à questão da abertura do comércio aos domingos e feriados no Município. O Vereador Nereu D’Avila parabenizou o Vereador João Bosco Vaz pela iniciativa de propor a presente homenagem, alusiva aos setenta anos de fundação do SINDEC - RS e dos sessenta anos do SINCOR - RS, lembrando o empenho demonstrado pelos mesmos em defesa dessas categorias profissionais. Ainda, externou seu apoio à classe dos comerciários, no que se refere à questão da abertura do comércio aos domingos e feriados, afirmando a disposição desta Casa em analisar Projeto de autoria de Sua Excelência que versa sobre o tema. O Vereador Elói Guimarães exaltou o transcurso do septuagésimo aniversário do SINDEC - RS e do sexagésimo aniversário do SINCOR - RS, salientando a importância dos serviços prestados pelas seguradoras no intuito de proporcionar a manutenção das relações de confiança da sociedade. Também, examinou a postura adotada pelo SINCOR - RS - no que diz respeito à abertura do comércio aos domingos e feriados no Município, chamando a atenção para os dispositivos legais que regulamentam essa questão. O Vereador Ervino Besson manifestou-se sobre o transcurso do septuagésimo aniversário de existência do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul - SINDEC - RS e reportou-se à sua experiência profissional, como empresário, nesse ramo de atividade. Também, referiu-se ao Sindicato dos Corretores do Rio Grande do Sul - SINCOR - RS, destacando o conforto gerado pelo eficiente trabalho dos profissionais da área de seguros. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo enfatizou a gama de serviços profissionais disponibilizados pelo Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul - SINDEC - RS - aos seus associados e opinou ser a abertura do comércio local aos domingos e feriados favorável apenas aos grandes estabelecimentos comerciais. Também, enfocou os aspectos positivos da contratação de seguros para bens móveis e imóveis. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Estilac Xavier teceu considerações sobre a conveniência de serem prestadas homenagens ao SINDEC - RS e SINCOR - RS - de forma simultânea, em um período pré-eleitoral. Também, manifestou-se acerca dos reflexos da abertura do comércio aos domingos, advertindo para a necessidade de serem avaliados os resultados junto aos pequenos e médios estabelecimentos comerciais e não somente aos shopping centers. O Vereador Carlos Alberto Garcia reportou-se à alíquota de cinco por cento para o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN - praticada em Porto Alegre, lembrando ter sido uma conquista para a categoria dos corretores a redução desse percentual para três por cento no caso da comercialização de seguros. Também, explanou os motivos pelos quais Sua Excelência contesta a validade da abertura do comércio local aos domingos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib ressaltou os benefícios decorrentes da contratação de seguros de bens materiais, apontando, como vantagem, a disponibilidade na prestação de serviços. Também, pronunciou-se sobre a abertura do comércio aos domingos, advertindo para os riscos de um enfoque estritamente político do assunto em detrimento da observância das decisões judiciais proferidas sobre a matéria. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Isaac Ainhorn cumprimentou os integrantes do SINDEC - RS e SINCOR - RS, mencionando a existência de uma inter-relação entre as atividades desenvolvidas pelos profissionais representados por essas entidades. Também, referiu-se à legislação tributária vigente em Porto Alegre, afirmando ser demasiada a alíquota de cinco por cento para o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza manifestou-se sobre o transcurso do septuagésimo aniversário de fundação do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul - SINDEC - RS, tecendo considerações sobre Projeto de Lei apresentado por Sua Excelência durante o corrente ano, rejeitado pela Casa, no sentido de viabilizar a abertura do comércio aos domingos e defendendo seu posicionamento no que tange a esse assunto. Na ocasião, o Vereador João Bosco Vaz manifestou-se sobre os trabalhos da presente Sessão, tendo o Senhor Presidente prestado informações sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz externou sua satisfação em participar da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre aos setenta anos de criação do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul - SINDEC - RS e aos sessenta anos do Sindicato dos Corretores do Rio Grande do Sul - SINCOR - RS, destacando a contribuição prestada por essas entidades para o desenvolvimento da economia da Cidade de Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Cassiá Carpes salientou a representatividade expressa pelo Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul - SINDEC - RS, gizando a importância da atuação dessa entidade e analisando aspectos alusivos à questão da abertura do comércio aos domingos. Nesse sentido, defendeu a realização de debates entre os comerciários e os comerciantes, a fim de que seja encontrada uma solução consensual para essa questão. Na ocasião, foi procedida à apresentação de vídeo institucional, alusivo ao trabalho desenvolvido pelos corretores de seguros. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Sérgio Petzold e Esther Machado, que destacaram a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao transcurso do septuagésimo aniversário do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul - SINDEC - RS e do sexagésimo aniversário do Sindicato dos Corretores do Rio Grande do Sul - SINCOR - RS. Às dezesseis horas e quarenta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e quarenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn retomou pronunciamentos efetuados por Sua Excelência em Sessões anteriores, relativos às conclusões obtidas através de pesquisa promovida pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, que avaliou o volume de gastos dispendidos pelas famílias brasileiras a título de pagamento de juros bancários e comerciais, bem como pela realização de movimentações financeiras. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Beto Moesch referiu-se ao transcurso, a ocorrer no dia vinte e sete de setembro do corrente, do Dia Mundial do Turismo, manifestando-se sobre as comemorações que serão realizadas ao longo da semana que antecede a data, destacando a importância dessa atividade para a economia gaúcha e mencionando, especialmente, a necessidade de adoção de medidas que fortaleçam as práticas de turismo ecológico no Estado. O Vereador Paulo Brum externou sua contrariedade ao teor de correspondência enviada pelo Deputado Estadual Jorge Gobbi a associados da Federação Rio-Grandense de Entidades de Deficientes Físicos - FREDEF, na qual constavam informações sobre a suposta participação desse Deputado nas tratativas que culminaram com a assinatura de convênio entre a FREDEF e a Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre Sociedade Anônima - TRENSURB, para a concessão de passe livre a portadores de deficiência física. A Vereadora Sofia Cavedon reportou-se à decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que suspendeu os efeitos da Lei Municipal nº 7.109/92, o que viabilizou a abertura do comércio aos domingos em Porto Alegre. Também, pronunciou-se sobre decisão liminar exarada pelo Tribunal Regional Federal, acerca da adoção, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, da língua inglesa como opção única de língua estrangeira para seus concursos vestibulares. O Vereador Mauro Zacher referiu-se ao pronunciamento efetuado pela Vereadora Sofia Cavedon, no que tange à decisão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, de adotar a Língua Inglesa como única opção de língua estrangeira em seu concurso vestibular. Também, criticou aspectos alusivos ao Programa de Crédito Educativo implementado pelo Governo Federal, especialmente no que tange às taxas de juros cobradas e aos limites de comprometimento de renda de seus beneficiários. O Vereador Elói Guimarães dissertou sobre as principais dificuldades econômicas e sociais atualmente enfrentadas pela sociedade brasileira, especialmente no que tange aos elevados índices de desemprego e aos problemas verificados nos sistemas de segurança pública. Nesse sentido, avaliou as declarações que vêm sendo prestadas à imprensa pelos candidatos ao cargo de Presidente da República, relativas às suas propostas para a solução dessas questões. O Vereador Ervino Besson mencionou ter sofrido acidente de trânsito no dia dezessete de setembro do corrente. Também, apresentou denúncias referentes à atuação de alguns agentes de fiscalização de trânsito de Porto Alegre, sugerindo ao Senhor Luiz Carlos Bertotto, Secretário Municipal de Transportes, a adoção de medidas que viabilizem uma melhor formação profissional desses agentes, de modo a qualificar a atuação dos mesmos em prol da população de Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Adeli Sell retomou pronunciamentos efetuados por Sua Excelência em Sessões anteriores, acerca de denúncias de práticas comerciais irregulares na Cidade, sobre a atuação de camelôs que se encontram em situação irregular, sobre a necessidade de combate à venda ilegal de mercadorias fruto de contrabando, descaminho, furto e roubo e com referência à atuação de guardadores de automóveis nos logradouros públicos da Cidade. Na ocasião, face Questão de Ordem e manifestação formuladas pelo Vereador João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 170/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Beto Moesch, Adeli Sell e Juarez Pinheiro, o Projeto de Resolução nº 096/02, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 181 e 182/02; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 015/02, discutido pelo Vereador Ervino Besson; em 3ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 094/02, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 171, 173 e 178/02; em 4ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/02. Às dezoito horas e quatorze minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia, João Carlos Nedel, Paulo Brum e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após ser distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Hoje temos o comparecimento do Padre João Tadeu da Silva, representante do Instituto de Educação São Francisco, que vai tratar do assunto roteiro de visitação da imagem de Nossa Senhora de Fátima às Paróquias de Porto Alegre, no período de 29.09 a 28.10.2002.

O Padre João Tadeu da Silva está com a palavra.

 

O SR. JOÃO TADEU DA SILVA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de uma forma muito rápida e objetiva, estamos aqui para fazer o convite, porque esta é a Casa do Povo de Porto Alegre. Acreditamos que este convite é do interesse de todos aqueles que comungam da mesma fé que nós comungamos e, ao mesmo tempo, respeitando não as diferenças de fé, mas as diferenças que nós temos para expressar a nossa fé. O convite vai para todos os que aqui estão. No dia 29 de setembro, domingo próximo, chegará ao Aeroporto Salgado Filho de Porto Alegre a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, às 9h. Depois, ela segue em carreata pela Av. Ceará, Av. Assis Brasil, Av. Baltazar até o Santuário Rosário de Fátima que fica na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, parada 40, no Instituto de Educação São Francisco. Por que estamos aqui para fazer esse convite? Porque acreditamos que será um evento que vai marcar a Arquidiocese da Igreja Católica de Porto Alegre. A Arquidiocese sente-se honrada em acolher a imagem daquela que acreditamos ser especial por ser a mãe do Senhor. Será um evento que vai do dia 29 de setembro até o dia 13 de outubro, com missas pela manhã, tarde e noite, com romarias, peregrinações, enfim, toda uma série de atividades que, creio, vão marcar a vida do católico da Arquidiocese de Porto Alegre. Todos estão convidados, especialmente para fazerem parte da carreata. Contamos, já, com mais ou menos quinhentos carros, o que significa uma média de duas mil pessoas fazendo parte dessa carreata.

Àqueles que crêem no que nós cremos, pedimos a presença, aos que não crêem no que nós cremos, pedimos a atenção e o respeito. Sentimo-nos felizes e ao mesmo tempo agradecidos por este espaço que nos foi concedido. Agradecemos ao nobre companheiro, Ver. Carlos Alberto Garcia, Presidente da Câmara, que nos abriu este espaço e que nos fez este convite. Muito obrigado a todos pela atenção e esperamos todos desde o dia 29 de setembro até o dia 13 de outubro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Padre João, saiba que para esta Casa é motivo de júbilo recebê-lo, especialmente neste momento em que a imagem de Nossa Senhora de Fátima virá ao Brasil. Eu acho que este convite, quando o senhor faz aos 33 Vereadores, é um convite extensivo, e o senhor falou muito bem, ao povo de Porto Alegre e ao povo do Rio Grande do Sul. Temos certeza de que aquelas pessoas que têm fé e acreditam estarão lá, porque em um mundo como o nosso, um mundo em que cada vez mais as pessoas vivem em completa solidão, no individualismo é importante saber que lá em cima tem alguém que nos cuida. Precisamos cada vez mais orar. É por isso, Padre João, que esta Casa agradece a sua presença, e temos certeza de que os Vereadores lá comparecerão, e o povo da Cidade e o povo do Rio Grande do Sul se farão presentes, porque este é o momento ímpar de conhecer, orar por essa imagem de Nossa Senhora de Fátima. Queremos agradecer a sua presença e faremos um rápido intervalo de praxe para as despedidas. Muito obrigado.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h22min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia - 14h23min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, período destinado a homenagear a Associação Canoense de Deficientes Físicos – ACADEF, pela terceira conquista consecutiva do “Prêmio Top Ser Humano - Edição 2002”, nos termos do Requerimento n.º 144/02, de autoria do Ver. Paulo Brum.

O Ver. Paulo Brum está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente Ver. Carlos Alberto Garcia, querido amigo Tarcísio Cardoso, nosso coordenador, representante da Associação Canoense de Deficientes Físicos, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, amigos da nossa ACADEF, que participam conosco desta justa homenagem em que a Câmara Municipal de Porto Alegre homenageia a ACADEF pela terceira conquista consecutiva do “Prêmio Top Ser Humano” - 2000 e 2001 e agora culminando com a Edição 2002.

Particularmente, sinto-me muito honrado em poder ser o proponente desta homenagem, por conhecer a ACADEF, mas, mais do que isso, por ver, presenciar e participar da fundação da nossa ACADEF.

Sinto-me gratificado em poder ter acompanhado toda a conquista de vitórias da Associação Canoense de Pessoas Portadoras de Deficiência Física. Com o Presidente da FREDEF - Federação Rio-Grandense de Entidades de Deficientes Físicos, nós temos na nossa ACADEF um exemplo, não só para Canoas, não só para o Rio Grande, mas também para o nosso País, de uma entidade que foi criada por pessoas portadoras de deficiência física, na qual a administração, durante esses dezoito anos de existência, é constituída por pessoas portadoras de deficiência física, e mais além, todo o seu trabalho, toda a sua busca da inclusão social tem como referência o cidadão portador de deficiência na sua totalidade, na sua essência de vida, que é buscar a sua plena cidadania.

A ACADEF, criada em 20 de maio de 1984, é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos e está integrada ao movimento de luta da pessoa portadora de deficiência pela cidadania e pela igualdade. Traz consigo a marca da inovação, no conceito de entidade beneficente pioneira na filantropia sustentável. Por que filantropia sustentável? A Associação Canoense tem um referencial de que não recebe nenhuma verba pública, mas sim, toda a sua existência, toda a sua forma de se manter é exatamente graças a sua administração sustentável. Ela emprega, para os senhores terem uma idéia, mais de duzentas pessoas portadoras de deficiência física, famílias que vivem, que tiram o seu sustento exatamente pela prestação de serviço e pela busca da cidadania. Parceira da ACADEF, onde é pioneira na questão da administração da nossa chamada Área Azul, que é o Estacionamento Rotativo, a Associação Canoense de Deficientes Físicos é a administradora da Área Azul de Canoas; tem parceria com: REFAP, INMetro, ECT, DATAPREV, DRTE/RS, Indústria Iriel, Indústrias Micheletto, Expresso Mercúrio, RBS/Recursos Humanos, Ferramentas Gerais, Handy System’s, Sinergia, Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social de Canoas, SDS - Social Democracia Sindical, Sindilojas/Canoas e uma grande representação em nível nacional junto a ONEDEF. Precisaríamos, sem sombra de dúvidas, não apenas de cinco minutos para falar da nossa Associação Canoense de Deficientes Físicos, pelas suas realizações, pela sua busca de sempre fazer com que o cidadão portador de deficiência seja reconhecido pela sua essência de ser humano, e na busca plena de superar limites, enfim, de transpor barreiras. A ACADEF, tão carinhosamente chamada por nós de “nossa ACADEF”, recebe, penso, a primeira divulgação em nível de imprensa, em nível público, e isso acontece hoje, na nossa Câmara Municipal de Porto Alegre, onde a ACADEF foi agraciada mais uma vez com o “Top Ser Humano 2002” pela Associação Brasileira de Recursos Humanos. Por isso, Tarcísio, leve em meu nome e em nome da FREDEF, Federação Rio-Grandense de Entidades de Deficientes Físicos, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, os nossos parabéns, as nossas felicitações. Que a ACADEF tenha uma vida longa para o bem de todo cidadão portador de deficiência que quer buscar a sua inclusão social. Vida longa à ACADEF! Obrigado a vocês. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Obrigado, Ver. Paulo Brum. O Sr. Tarcísio Cardoso, Diretor da Associação Canoense de Deficientes Físicos, está com a palavra.

 

O SR. TARCÍSIO CARDOSO: Boa-tarde a todos, Sr. Presidente da Mesa, Ver. Carlos Garcia; ao Ver. Paulo Brum, que fez esta menção, esta homenagem, o meu agradecimento - levarei, sim, a sua mensagem para os que não estão aqui, os quatro mil associados da ACADEF, Srs. Vereadores, sinto-me um tanto quanto lisonjeado, orgulhoso, diria até presunçoso em mostrar para vocês um pouquinho do nosso trabalho. O que vocês verão, neste pequeno tempo em que estarei aqui, é um pouquinho da ACADEF. A ACADEF é muito grande. Por que a ACADEF é grande? Por que traz para as pessoas um pouco mais de respeito social. A ACADEF, com os seus 18 anos, consegue, hoje, representar os deficientes de Canoas de uma forma organizada, os deficientes físicos do Rio Grande do Sul, junto à FREDEF, de uma forma organizada, e os deficientes físicos do Brasil, de uma forma esplendorosa. Mas nada disso aconteceria se nós não preservássemos a nossa missão, que diz que desenvolver, capacitar e ocupar o potencial da pessoa portadora de deficiência, na perspectiva da integração, da cidadania e da qualidade de vida, é primordial. Essa missão veio a ser pensada em uma época em que se falava muito em se desenvolver qualidade. Mas ela sintetiza muito mais do que qualidade, ela sintetiza a nossa forma de existência, que hoje anda através da qualificação com cursos, com tecnologia moderna, com pessoal capacitado, com material apropriado. Qualifica não só os portadores de deficiência, mas a comunidade que vive mais à margem da sociedade, os mais desprovidos de recursos financeiros, pois traz sempre a marca da gratuidade. Essa qualificação sempre traz a tendência da excelência, da globalização do mundo moderno. A gente certifica, a partir desta qualificação, reconhecendo as habilidades das pessoas e lançando as pessoas portadoras de deficiência no mercado de trabalho. Valoriza suas aptidões e credencia essas pessoas com a marca da qualificação da ACADEF. Logo qualificadas, essas pessoas podem exercer uma atividade laborativa: o trabalho, como o Paulo Brum disse, o trabalho que nos dá a certeza de estarmos num caixa de supermercado, de estarmos estacionando na rua, pagando impostos, sendo cidadãos de verdade, não segregados, não confinados a uma sala ou parados, tendo um cobertor sobre as pernas, sendo chamados de aleijadinhos ou de coitados. São cidadãos de fato através do trabalho.

 

(Mostra slides.)

 

Ali estamos mostrando um pouco da nossa prestação de serviços, dos nossos convênios terceirizados: Inmetro, Refap, Correios, Dataprev, enfim, uma série de convênios que a gente tem aí, e isso traz empregos à pessoa portadora de deficiência. Sustentamos a acessibilidade com veículos adaptados, pedimos a acessibilidade a Canoas – aliás, é um dos motivos da existência da ACADEF a luta pela acessibilidade universal. A nossa sede hoje é própria, é o nosso diferencial. Conseguimos construir uma sede própria, temos o nosso ambiente, temos o nosso respeito através dessa sede, que hoje, para nós, é um grande feito. Foram 15 anos de luta até chegar ao que é hoje. Temos lazer, um lazer diferente, levado a sério, com projetos como o “Latinhas Fazem Andar”. É um projeto onde juntamos cinco mil latinhas, e, além de preservarmos o meio ambiente e organizarmos o que é reciclável, ainda conseguimos, com esse projeto, doar cadeiras de rodas.

Conseguimos fazer a nossa integração em nossos ambientes, ser cordiais, ser amigos, transmitir simpatia, ser empáticos e multiplicar os nossos sonhos através das nossas conquistas - uma conquista do próprio ser humano que vem, pela terceira vez, nos dar referências, digamos assim, em recursos humanos, nesse último prêmio com uma simples ferramenta; usando um e-mail, conseguimos mostrar que existem formas de integrar. Por isso é que a gente é top três vezes. E parabenizo as pessoas portadoras de deficiência, os nossos parceiros, considerando que eles são os verdadeiros responsáveis por nossas conquistas. A ACADEF não é nada se não tiver pessoas, e é a elas que dedicamos este prêmio “Top Ser Humano 2002”, que recebemos pela terceira vez, às pessoas que compartilham o seu dia-a-dia conosco, fortalecendo nossos ideais. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Prezado Sr. Tarcísio Cardoso, Diretor da Associação Canoense de Deficientes Físicos, queremos registrar, em nome da Casa, a nossa alegria em recebê-lo, e parabenizá-lo por esse trabalho que tem servido de modelo não só a Canoas, mas a todo Estado do Rio Grande do Sul. Desejamos que esse trabalho seja cada vez mais fortificado, para que o próprio testemunho de buscar uma sociedade mais justa e igualitária faça parte de todas as ações.

Faremos um rápido intervalo para as nossas despedidas.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h40min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia - 14h42min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ (Requerimento): Sr. Presidente, este Vereador solicitou que o Grande Expediente de hoje fosse utilizado para homenagear os 70 anos do SINDEC/RS e os 60 anos do SINCOR/RS. Solicito, portanto, a inversão da pauta. Conversei com os demais companheiros Vereadores e, para quem não falou em Comunicações, retorna no seu tempo normal.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Requerimento de inversão de pauta de autoria do Ver. João Bosco Vaz permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos ao

 

GRANDE  EXPEDIENTE

 

O Grande Expediente de hoje é destinado a assinalar o transcurso dos 70 anos do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul – SINDEC/RS e os 60 anos do Sindicato dos Corretores do Rio Grande do Sul – SINCOR/RS. Convidamos a fazer parte da Mesa a Sr.ª Esther Machado, Presidenta do SINDEC/RS, e o Sr. Sérgio Petzold, Presidente do SINCOR/RS.

O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, Esther, Presidenta do SINDEC/RS, 70 anos de muitas lutas; Sérgio Petzold, 60 anos do SINCOR/RS, Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul, onde o seguro só é seguro com o Corretor de Seguros.

Esta é uma tarde de muita alegria e satisfação por podermos homenagear dois grandes Sindicatos que representam duas grandes categorias.

Todos reconhecem, nesta Casa, a luta, a bravura, o desenvolvimento do trabalho que realiza o Sérgio Petzold como Presidente do SINCOR e a Esther Machado como Presidenta do SINDEC.

Os dois Sindicatos, agora, continuam na trincheira, brigando por questões muito próprias. O Petzold, lutando, brigando, viajando por este País todo, porque parece mentira, não existe um Conselho Federal dos Corretores de Seguros, não existem os Conselhos Regionais dos Corretores de Seguros. É uma categoria que gera emprego, que gera impostos, que gera riqueza, uma categoria que está aí fazendo por ela mesma.

Estou vendo aqui o Paradeda, o Tonin, o Paulinho, o Sr. Albino, o Ricardo, que não compareceu e que faz parte da Diretoria, o Jorge Carvalho, o “Cachorrão”, meu amigo que tem o Jornal do Seguro. Todos vocês gerando riquezas e desenvolvimento para este Estado e não têm ainda o Conselho Nacional e o Conselho Regional! Foi uma luta do Ver. Garcia, porque o professor de Educação Física também não existia como profissão. Há pouco mais de um ano que há os Conselhos.

Aí, olho para o SINDEC, a Esther, setenta anos de luta, setenta anos de labuta e trabalho. Sempre digo aqui em relação aos comerciários: “Querem abrir o comércio aos domingos? Abram o comércio, agora sentem com o Sindicato, conversem com o Sindicato. Paguem a categoria para trabalhar aos domingos.”

Ora, se há dois sindicatos, o patronal e dos empregados, nada mais justo, Petzold, que essa categoria sinta. E é preciso dizer: nunca o SINDEC fechou as portas para negociação, Ester; nunca o SINDEC virou as costas. Vocês, meus amigos e minhas amigas, perderam apenas uma guerra, não perderam a batalha. (Palmas.) Apenas uma guerra! Vocês não perderam a batalha toda não, vocês estão na trincheira lutando, buscando e nunca esquecendo que atrás do balcão bate um coração. Isso é verdadeiro, isso está no íntimo de cada um, Petzold, assim como tu vens lutando para dignificar a tua categoria para tirar os picaretas do mercado.

Eu costumo dizer o seguinte, Ester: nunca façam um seguro com seu amigo, com seu vizinho de porta, com seu compadre que estão desempregados, porque depois, quando precisam do seguro, perde o seguro, perde o compadre, perde o amigo e perde o vizinho de porta, porque nenhum deles estava habilitado para fazer o seguro. É por isso que o seguro só é seguro com o corretor de seguro, que é essa a tua luta.

O mesmo vale para o SINDEC, Esther. Se cair, tem que cair de pé. Se cair, tem que cair de pé! Não dá para se entregar, viu Chavaré, Claudinho, Jacaré, Neco, Clauder, Paulão. Vocês que, junto com a Esther e a Diretoria, fazem essa história, não dá para se entregar. Tem muita coisa que a nossa vã filosofia não entende por trás de toda essa posição que a Justiça tomou.

Os supermercados, que, por meio de sua associação, sentou com o SINDEC e que aceitou pagar o domingo, agora não quer pagar mais? Mas como? Será que os grandes grupos não podem remunerar o funcionário aos domingos?

Então esta é a homenagem singela que esta Casa presta ao Sindicato dos Corretores de Seguros, e ao Sindicato dos Empregados no Comércio do Rio Grande do Sul. É uma homenagem para resgatar a luta dos corretores e dos comerciários. É uma homenagem de reconhecimento a essa luta dos corretores para depurar a sua categoria, essa luta dos corretores para que o Conselho Federal e os Conselhos Regionais venham moralizar essa profissão.

Eu tenho orgulho de ter apresentado nesta Casa o Projeto que ajudou diretamente os corretores, baixando de 5 para 3% o ISSQN da categoria. Para mim, foi uma grande alegria poder ver uma categoria vitoriosa, Petzold.

E, Esther, para mim também é muito gratificante poder estar ao lado do trabalhador do comércio, recebendo ameaças, recebendo pressão, recebendo recados. Mas nada me abala, eu tenho as minhas convicções. E as minhas convicções estão sempre do lado de quem merece, de quem trabalha, de quem gera riquezas como vocês geram, de quem gera impostos como vocês geram, ali, trabalhando, na porta da loja, esperando a sua vez. Muitas vezes, entra o cliente, vocês perdem a vez, porque não vendem nada, porque a pessoa só queria saber o preço. E vocês, o dia todo em pé, ali, labutando.

Portanto, quero dizer que é de coração esta homenagem aos 60 anos do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul, meu amigo Petzold; é de coração e verdadeira, também, esta homenagem, que não o Ver. João Bosco Vaz, mas que a Casa, a cidade de Porto Alegre prestam também aos 70 anos do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul.

Meus amigos, essa luta continua, não pára aí. É preciso se entrincheirar, é preciso bater pé. Se não tem diálogo, vamos brigar em outras instâncias.

Parabéns, Petzold! Parabéns, Esther! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart em Grande Expediente.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Prezado Ver. Carlos Alberto Garcia, presidindo os trabalhos. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em primeiro lugar quero parabenizar o nosso colega de Bancada do PDT, João Bosco Vaz, pela feliz iniciativa desta homenagem que a Casa hoje presta aos 60 anos do SINCOR – Sindicato dos Corretores, e pelos 70 anos do Sindicato dos Empregados do Comércio - SINDEC.

No ano passado, quando nós concedemos o Prêmio Mérito Sindical ao SINDEC, lembrávamos, naquela oportunidade, a importância do sindicalismo brasileiro, a importância de este País se organizar através das suas classes econômicas, e, principalmente, da classe dos trabalhadores, porque, normalmente, nas relações de trabalho aquele que dispõe do capital sempre tem vantagem acentuada sobre aqueles a quem incumbe as relações de trabalho - os trabalhadores e as trabalhadoras.

Não é diferente com o sindicato que completa 60 anos, que é o Sindicato dos Corretores. E como muito bem lembrou o colega Bosco Vaz das suas pretensões e organicidade em relação ao seu imenso corpo de associados. O Petzold sempre busca, através de inúmeras iniciativas; agora mesmo, há poucos dias, no mês passado na cidade de Caxias do Sul, um grande acontecimento que reuniu milhares de pessoas; eventos para os quais nós Vereadores, somos convidados - somos sempre prestigiados - para que em muitos deles compareçamos e verifiquemos a pujança dos corretores, a correspondência, Petzold, que a classe dá a ti e a tua Diretoria; aliás, merecida, porque tu és um lutador que, na medida que os anos passam - e já são passadas seis décadas -, procuras, acentuadamente, aprofundar o relacionamento que deve ter uma diretoria atuante e dinâmica com a sua base, com o seu corpo de associados. Não menos verdade é a luta do SINDEC que acompanhamos, nesta Casa, por muitos anos e que chega agora no seu 70.º aniversário.

Quero dizer, especialmente ao SINDEC, que agora, como em todas as coisas da vida, inclusive na nossa vida pessoal, as coisas têm as suas oscilações de alternância entre a alegria, a tristeza, a evolução, o atraso, as conquistas, os percalços, enfim, esse é o mecanismo da vida. E na sociedade, nos sindicatos, principalmente os dos trabalhadores, que sofrem na sua carne, no dia-a-dia o peso da responsabilidade e que lhe querem, muitas vezes, surrupiar, nós temos de, neste momento em que estamos numa situação de certas circunstâncias não muito favoráveis, dar uma palavra de otimismo, uma palavra de solidariedade à classe dos comerciários, que não se entregaram. E estamos lutando, quer no campo jurídico, quer no campo político. E quero dizer que esta Casa não fugirá àquilo que já muitas vezes aqui correspondeu aos anseios dos comerciários. Porque, na verdade... (Palmas.)

Peço a compreensão do Petzold e aos nossos amigos corretores que, como todos nós, gaúchos, somos todos muito politizados, porque é como a parábola do filho pródigo: quando se está bem, Petzold, está tudo bem, vocês estão bem. Mas no caso do SINDEC nós estamos sofrendo, estamos numa luta que todos sabem da nossa vontade de vencer. E quero dizer que apesar da grande mídia estar, evidentemente, também dentro do seu interesse, e eu não estou condenando, mas colocando o dedo na ferida, apesar de a grande mídia estar conduzindo o processo, queremos dizer, didaticamente, por esse Canal 16, que é uma luta econômica. Não é uma questão só do SINDEC; é uma questão do emprego; é uma questão do pequeno e do médio comerciante. Ou será que é coincidência apenas que os comerciantes do Bairro Tristeza, da Av. Azenha, da Av. Assis Brasil e da Av. Cristóvão Colombo são também contrários à abertura indiscriminada do comércios aos domingos? Será porque eles também estão ao lado de Vereadores, que estão ensandecidos? Não. É uma questão fundamental: é uma relação econômica!

Nós respeitamos o direito do poderio econômico colocar-se dentro da sua luta. Mas nós estamos na luta daqueles que dão muito emprego e que estão ao lado dos trabalhadores, os pequenos e médios comerciantes. Eu digo isso com conhecimento de causa. No domingo retrasado, fui ao shopping e vi lojas fechadas. Os donos de lojas disseram que se vendem bem aos domingos - e vendem - nas segundas, terças e quartas-feiras, os resultado é “elas por elas”, ou seja, não vendem. (Palmas.)

Eu quero dizer, com toda a tranqüilidade, que essa não é uma questão de somenos importância. O Projeto que apresentamos é consensual; é um Projeto do que já existia em Porto Alegre em 2001. Em 2001, as lojas abriram doze domingos, ou seja, uma média de um domingo por mês, um domingo antes das grandes datas. Mais do que isso não precisa. Os próprios comerciantes dos shoppings estão verificando isso. O nosso Projeto quer apenas consensualizar aquilo que já havia sido aplicado em Porto Alegre, com a diferença de que nessa abertura aos domingos não estão sendo pagos, como diz o Bosco, o que os supermercados estão pagando, que são 26 reais por domingo trabalhado, além de fazerem os empregados trabalhar. (Palmas.)

Encerro, Esther, dizendo que esses 70 anos, dos quais alguns tu vens carregando o bastão com galhardia ao lado dessa classe trabalhadora forte, classe que te dá respaldo, lideranças do sindicato que não desamparam nunca, estão sempre ao lado dos trabalhadores em qualquer circunstância. Por isso merecem ser homenageados por esta Casa. Parabéns ao Ver. João Bosco Vaz, que trouxe essa data a lume, e ao SINCOR/RS, agradecendo a tua fidalguia em compreender porque falei mais do SINDEC/RS, é como diz a passagem do filho pródigo: aquele que está em casa, está bem; vocês estão bem. O filho pródigo, no caso, é a nossa luta pelo domingo.

 

O SR. SÉRGIO PETZOLD: Nós acompanhamos o teu raciocínio e o apoiamos.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Muito obrigado, Sérgio. Pois se acompanha o raciocínio, está ao lado dos trabalhadores. É uma tarde de gala para esta Câmara. Por isso o Sérgio é líder, por isso os corretores são gente boa, porque sabem que estar ao lado dos mais fracos é a nossa obrigação. Não que não precisemos dos fortes, não. Mas precisamos equilibrar esses fatores econômicos. “Atrás de um balcão palpita um grande coração”. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Carlos Alberto Garcia que preside esta Sessão de homenagem aos dois sindicatos – o dos comerciários, e dos corretores de seguro. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em boa hora, em bom momento traz o Ver. João Bosco Vaz esta homenagem a dois instrumentos de luta de causa dos seus associados que são o Sindicato dos Corretores e o Sindicato dos Comerciários. Dizer da importância do seguro para a organização da vida das pessoas, para a segurança das pessoas, é o óbvio, mas o óbvio é bom que permanentemente se proclame, porque o seguro, efetivamente, é importante para a vida. Nós sabemos que toda essa dinâmica, todo esse processo que envolve as relações humanas, tem que ter aquilo que se chama o seguro. O seguro é fundamental para a garantia da própria sobrevivência. Se examinarmos toda a história da nossa própria Cidade, no nosso próprio Estado, nós vamos ver que, por falta dessas precauções elementares como o seguro, muitas tragédias tivemos, tragédia no campo econômico, no campo social. Então, hoje, nada mais estamos fazendo senão homenagearmos um Sindicato atuante, do Petzold, que é um homem convicto do seu papel, da sua luta; estamos homenageando a segurança mesmo. E a segurança é um dos valores fundamentais para o desenvolvimento pessoal e para o processo empresarial. Então, é uma grande homenagem que se presta hoje. Já foi referido aqui: não caia na mão de “picareta” - essa seria a expressão mais, vamos dizer, adequada; consulte um corretor de seguro, porque ele lhe dará garantia efetiva da realização do referido contrato. Então recebe, Sérgio Petzold, a nossa homenagem, a nossa saudação pela tua luta, pelo desbravamento que o Sindicato vem desenvolvendo - já são 60 anos de luta, de boa ação - na busca do interesse social.

Por outro lado, o Ver. João Bosco Vaz homenageia os comerciários - está aqui a Diretoria do seu Sindicato. Eu tenho destacado, Sr. Presidente e Srs. Vereadores o grande papel que tem tido o Sindicato dos Comerciários na luta incessante, permanente, e na fidelidade das causas que interessam aos comerciários na cidade de Porto Alegre. Nesta Casa, pela sua natureza e pelo papel que ela tem na questão local, o Sindicato, vez por outra, tem estado, com as suas lutas, embora, sejam questões diferentes. A questão trabalhista é uma questão que é administrada lá no seu espaço próprio, mas a questão do comércio, a questão de horário é local, Presidenta Esther. Nós temos dito aqui, reiteradamente: essa questão é local. Mais do que uma ação que possa desagradar aos comerciários, essa decisão judicial é uma usurpação que se fez à competência da Câmara Municipal de Porto Alegre, para dizer se o comércio deve abrir no domingo ou não, independentemente da posição que a Casa tenha, independentemente da posição que o Vereador possa ter. Todos sabem, eu não escondo, eu tenho uma série de ações vinculadas ao Sindicato e votei pela abertura. Eu não tenho que esconder que votei pela abertura do comércio. Essa é uma questão; agora, convenhamos, essa decisão judicial! Com todo o respeito que nos merece a Justiça, com todo o respeito que nos merece o Desembargador Favretto, um luminar do Direito, a questão do horário de abertura do comércio é da Câmara: dia e horário. Não se pode compreender diferente: um dia são 24 horas. Então, se compete à Câmara Municipal tratar de horários, da questão local do comércio, como é que se pode retirar sua competência, porque se trata de um dia? Absolutamente não! Eu respeito o entendimento jurídico diferente; agora, eu tenho o entendimento de que é uma questão da Câmara; a Câmara que decida, e decida como entenderem os seus Vereadores, como acharem que deva ser. Essa questão, eu volto a frisar - já me tinha manifestado aqui logo após a decisão judicial e continuo reivindicando -, é matéria disposta na Constituição como matéria local. É a Câmara que deve decidir; se vai decidir desta ou daquela forma, é outra história. Agora, a competência é da Câmara Municipal de Porto Alegre, e nós entendemos que, corridas as instâncias judiciais, venha a decisão para a Câmara, para que ela decida sobre a questão do comércio. Encerro desejando ao Sindicato dos Comerciários todos os êxitos sobre o que o Sindicato vem fazendo, com a presidência da Esther - e, de resto, de suas diretorias -, sempre fiel a sua luta, a sua causa na defesa dos interesses dos comerciários.

Prezados Presidente e Presidenta, recebam a nossa saudação, a certeza e a convicção de que vocês estão corretamente exercendo o papel que esta grande responsabilidade colocou em suas mãos: de serem presidentes dessas duas grandes instituições - o Sindicato dos Corretores e o Sindicato dos Comerciários. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto Garcia, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Ver. João Bosco Vaz teve uma brilhante idéia, apesar deste momento em que as pessoas estão envolvidas na luta eleitoral. O Ver. João Bosco Vaz, Esther, teve a brilhante idéia de homenagear duas extraordinárias categorias, que são a categoria dos empregados do comércio, homenageando o Sindicato dos Empregados do Comércio do Estado do Rio Grande do Sul, e a dos corretores de seguros, também pelo seu Sindicato.

Eu quero homenagear todos os empregados que estão aqui presentes, e vou estender esta homenagem a todos aqueles empregados que passaram ao longo da minha vida quando eu tinha uma empresa.

Eu tenho dito, Esther, minha cara Presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio, e repito, mais uma vez, nesta tribuna, com muito orgulho, pelo respeito que tenho por vocês, pelo respeito que tenho por toda a categoria dos empregados: nunca fui colocado na Justiça do Trabalho. E não foi meia dúzia de empregados que passou pelas minhas mãos; foram centenas e centenas. Nunca fui colocado na Justiça do Trabalho, pelo respeito que tenho por esta categoria. A Esther, minha cara Presidenta, é testemunha disso.

Na minha passagem pela CEASA, meu caro Presidente do Diretório Metropolitano do nosso Partido, a Empresa tinha um atraso, de outras administrações, com relação a um direito dos empregados, que era a insalubridade. Nós sentamos à mesa em algumas reuniões e, dentro do orçamento da Empresa, fizemos um acerto tranqüilo, sem maiores problemas.

Esse é o respeito que tenho por esta categoria. O crescimento das empresas depende da mão-de-obra dos funcionários, dos empregados. Ali está o alicerce vivo, o trabalho dessa gente. Por isso, tem que ter o respeito!

Eu digo para vocês: eu sempre tive e sempre terei o maior respeito por essa categoria que são os empregados.

Sindicato dos Corretores de Seguro, casualmente, depois, meu caro Ver. João Bosco Vaz, de muitos anos, nunca me envolvi em acidente, mas, na semana passada, na terça-feira, envolvi-me num acidente, mas não fui culpado, porque estava parado num posto de gasolina. Destaco aqui com muito orgulho, o Sr. Mauro Bilhar, que é da IBS Corretora de Seguros, que atendimento presta! Está certo que pagamos o seguro, mas nós ficamos gratificados, meu caro Presidente, com o atendimento; pela primeira vez vou usar o seguro. Eu digo aqui com muito orgulho, meu caro Pedro Américo Leal que me ouve com tanta atenção: o atendimento foi muito cordial, não só comigo, mas creio que com qualquer um que faz um seguro com uma seguradora como a do Mauro ou com outras tantas que existem, fica extremamente satisfeito. Em muitos outros órgãos com os quais convivemos no dia-a-dia, que deveriam dar um atendimento digno e de respeito, infelizmente, nem todos os setores, nem todos os órgãos funcionam nessa linha.

Portanto, hoje, aqui, quando esta Casa homenageia o 70.º aniversário do Sindicato dos Empregados e o 60.º aniversário do Sindicato dos Corretores de Seguros, quero aqui deixar o meu abraço muito fraterno e carinhoso pelo trabalho e pela luta de vocês, pelo que vocês representam na economia do nosso Estado e do nosso País. E senhores, empregados, em nome, como já disse, de centenas e centenas de empregados dos quais tive a honra de assinar as suas carteiras, quero-lhes dizer que nenhum empregado trabalhou na minha empresa sem que eu tivesse assinado a sua carteira, nenhum deles. Está gravado aí! Muita gente assiste ao canal 16, eu não faria esse registro se não tivesse certeza do que eu falo. Tenho certeza de que muitas dessas pessoas assistem esse programa, nenhum funcionário trabalhou na minha empresa, que eu era responsável, sem a carteira assinada, isso para que ele consiga ter, pelo menos na época da sua aposentadoria, condições de viver ou sobreviver dignamente. Sempre tive essa formação, sempre tive isso dentro de mim com o maior respeito.

Portanto, minha cara Presidenta e meu caro Presidente, recebam o nosso abraço. Muita saúde a vocês e vida longa a esses dois Sindicatos e que eles continuem prestando este relevante trabalho para a nossa gente, para a nossa população. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto Garcia, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, especialmente servidores do nosso SINDEC/RS, comerciários, pequenos comerciantes, também a nossa saudação aos Corretores de Seguros, nesta dupla homenagem que fazemos ao SINDEC/RS e ao SINCOR/RS. São duas extraordinárias categorias que merecem o respeito de todos nós por suas trajetórias de luta e por suas contribuições à sociedade brasileira, gaúcha e porto-alegrense. Quero falar um pouco sobre os 70 anos de luta do Sindicato dos Comerciários. Meu querido Ver. Nereu, que é mais antigo do que eu nesta Casa, e Ver. João Bosco, proponente desta justa homenagem, às vezes, quando se fala no SINDEC/RS, a única questão que vem à tona é a questão da não-abertura do comércio aos domingos. Essa é uma das bandeiras do Sindicato dos Comerciários. Justa Bandeira! Mas o Sindicato dos Comerciários tem um conjunto de políticas para com seus funcionários que, quando se faz aniversário, Esther, precisa ser resgatado. São algumas dezenas, centenas de pessoas que aportam, lá no Centro, todo dia, para serem atendidas pelos médicos, pelos dentistas, pelos advogados do SINDEC/RS. Segundo, o nosso Sindicato tem uma, duas ou três creches que atendem muito bem. Portanto, neste aniversário, este trabalho social, meu querido Neco, precisa ser resgatado. Mais do que isso, quantas campanhas beneficentes o SINDEC faz, arrecadando produtos não-perecíveis - e isso é uma forma de contribuir com a cidadania também. Então, eu queria destacar além da luta, porque nessa luta nós temos lado; eu não tenho lado agora, como Vereador. Quem votou em mim não comprou gato por lebre; sabia que entre algumas questões que eu defendo, uma é a não-abertura do comércio aos domingos, esteado em duas questões básicas: a defesa inarredável do trabalhador comerciário. E ele é um trabalhador que merece o descanso dominical - e eu sempre relembro que nem sempre no casal ou a mulher ou o homem, imagine se ele tem de trabalhar aos domingos, como vai ficar essa família? Mas eu defendo também a não-abertura, esteado, Presidente Esther, em outra questão. A globalização tem feito um mal, Ver. Estilac, fantástico ao mundo. E ela vem de forma arrasadora, acabando com uma série de questões. Uma delas é a questão da abertura do comércio dos domingos, que para nós tem só um beneficiário. Não é o povo, de jeito nenhum! Quem é beneficiado com a abertura do comércio aos domingos, na minha avaliação, são os donos de shopping. Não vamos dizer que não vai dar um ou dois empregos a mais, mas quantos comércios de rua vão ter de despedir alguns funcionários. Então, é o inverso! Na minha avaliação, Ver. Nereu, é um equívoco. A abertura do comércio aos domingos tem duas questões básicas: uma delas é a questão dos comerciários, mas uma outra é uma questão econômica, pois os pequenos estão sendo engolidos pelos grandes a cada dia que passa. E nessa penada, eu diria, liquida ainda mais. Eu quero dizer que fico muito entristecido – e eu respeito o Judiciário, porque quando a decisão me favorece, eu tenho de aplaudi-la e quando não me favorece, eu tenho de respeitá-la. E esse é o Estado Democrático de Direito que pode-se discordar, pode-se recorrer, mas tem de se respeitar a decisão judicial. Eu fico muito entristecido, porque se há uma matéria que tem a ver com as Câmaras de Vereadores, é a abertura do comércio. Eu não posso tratar o comércio de Gramado como o comércio de Alagoas, como o comércio de Porto Alegre. Cada um tem as suas características e, portanto, essa é uma atribuição local que os munícipes, através da sua representação, devem tratar. Aliás a Constituição de 88 estabeleceu com muita clareza, com muito critério a questão federativa. Aquilo que é de interesse local é competência dos municípios. Essa questão, na nossa avaliação, foi mal encaminhada. Mas, é assim mesmo. O mesmo Desembargador, que teve uma posição fantástica contra a abertura do comércio é o mesmo que evoluiu para uma abertura fantástica agora. Mas isso é do processo, do devido processo legal. Portanto, quero dizer da nossa alegria por poder saudá-los pelos 70 anos.

E também saudar o SINCOR. O seguro é algo que, na vida moderna, avança a passos largos, geometricamente, e a sociedade cada vez mais desperta para o fato de que se fazer um seguro na verdade é um grande investimento. Num primeiro momento, parece extremamente caro, e às vezes o é. Mas, quando vem a batida, quando vem o sinistro, quando vem o furto, é que se vê o quanto o seguro é importante, especialmente falando-se de uma sociedade que vive enormes e graves problemas, hoje, nesta área. Portanto, recebam o nosso abraço, o nosso carinho muito fraterno, nessa homenagem.

A nossa Bancada tem dois Vereadores aqui nesta Casa, e, de forma democrática, o Ver. Fernando Záchia, grande Vereador desta Casa, tem uma posição diferente da nossa, que respeito muito, porque é uma posição forjada na sua luta, no seu compromisso, eu não tenho nada contra ela, absolutamente nada. Nós temos outra posição, que é a de defender os pequenos, defender a não-abertura do comércio aos domingos, e portanto queremos dizer que os senhores são atores de uma grande caminhada, de uma grande luta.

Fui balconista por um bom tempo, da lancheria à venda de material de construção, e homenagear o SINDEC é motivo de orgulho, para resgatar uma caminhada de luta que não pára aqui, que não termina aqui, que avança e, juntos, haveremos de vencer essa grande e extraordinária caminhada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Sérgio Petzold, Presidente do Sindicato dos Corretores do Rio Grande do Sul; Sr.ª Esther Machado, Presidenta do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul, é uma satisfação falar em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores nesta Sessão em homenagem a esses dois Sindicatos. Primeiro faço um reconhecimento ao Ver. João Bosco, proponente da homenagem, que oportuniza que esta Casa se debruce sobre essas duas organizações que representam legitimamente seus integrantes.

Falo em nome da minha Bancada, só lamento, e não é uma restrição Ver. João Bosco, que tenhamos homenageado num mesmo momento duas instituições representativas. Nós estamos no meio de uma disputa política muito dura, e isso pode inclinar a balança dos nossos pronunciamentos para um lado e que deveria ser equilibrada para ambos.

Ainda nesta semana, sexta-feira próxima, dia 27, aqui nesta Casa, às 14 horas, estaremos realizando uma audiência pública nos termos da Lei Orgânica Municipal, quando estaremos avaliando as questões relacionadas à abertura do comércio aos domingos.

Sr. Presidente do Sindicato dos Corretores, receba da nossa Bancada um abraço, e, em seu nome, lhe abraçando, abraçamos todos os integrantes dessa categoria. Gostaria, inclusive, de receber mais informações além das genéricas que se têm sobre o trabalho desenvolvido por V. S.as. Sabemos da importância que existe no trabalho social que desenvolvem e na segurança que dão aos negócios, particularmente nos momentos de infortúnios e quando ele é acompanhado de profissionais qualificados, gabaritados e habilitados. Portanto, a nossa presença aqui nesta tribuna também é uma garantia de que esse tipo de organização possa se desenvolver e que no seu trabalho possa também haver o respaldo e a guarida da nossa representação na Câmara de Vereadores. Receba, então, no aniversário do seu Sindicato, pelo trabalho social que desenvolve, pelo afinco como se dedicam, os nossos parabéns e desejamos um profícuo e bem sucedido trabalho para essa categoria. Fica o nosso registro, portanto, aos senhores do Sindicato dos Corretores.

Ao Sindicato dos Comerciários, nos seus 70 anos, é importante dizer que esta Casa já exauriu argumentos dos mais profundos aos mais conjunturais a respeito da questão do comércio. Mas homenagear os comerciários e seu Sindicato, é falar da luta que mais mobiliza hoje.

Nós, aqui, sempre cometemos um erro, no meu ponto de vista, e eu acabei, ao longo da disputa, corrigindo a mim mesmo. Ver. Nereu, houve sempre a idéia de colocar os comerciários como uma categoria privilegiada, que não queria trabalhar aos domingos, já que muitos trabalham aos domingos, como, por exemplo, o jornalista, o médico, o padeiro que trabalham para ganhar e achavam isso privilégio. Nunca se colocou a importância que tem a Lei, que nós aqui produzimos, em relação à economia local.

Eu percorri e estou percorrendo a Região Metropolitana e a nossa Porto Alegre e verifico o quão preocupante é a situação para os pequenos e médios comerciantes.

Eis aqui desnuda a face daqueles que diziam que a abertura do comércio iria produzir emprego. No dia 18 de setembro, o Presidente da AGAS veio a público dizer: (Lê.) “Não podemos continuar dizendo que o domingo é um dia especial com prêmios, horários especiais e folgas. Para o dirigente, a estrutura do acordo atual é pífia, inconsistente.” Nenhuma palavra sobre aumento de empregos com o horário do comércio.

A idéia da ampliação do emprego foi usada para pressionar uma população que está aviltada numa situação de emprego em função de uma política econômica e, com isso, tentaram conquistar os comerciários e a Cidade. E o que diz a imprensa hoje: “Redução nas vendas no mês de agosto em relação ao ano passado.” Por quê? Porque as pessoas não têm dinheiro para comprar. Se não compram, não pode haver mais emprego. Aquele argumento era e é falso. Quando o comércio abre aos domingos, não se vai verificar o açougue, a mercearia, o mercado de bairro, não se vai verificar a fruteira, o armazém. As notícias estampam que os shopping centers, três ou quatro da Cidade, para lá são dirigidos. E aí, o nosso Presidente da AGAS vem, sem nenhum tipo de rubor, sem qualquer prudência, e diz o seguinte: – e o Presidente é o Sr. João Carlos de Oliveira – (Lê.) “A abertura do comércio aos domingos auxiliou bons desempenhos. As compras em açougues e padarias estão migrando para os supermercados dos shopping”.

Existe algum outro argumento? Quando éramos nós que falávamos, os comerciários, era argumento forçado para defender uma tese. Mas são os próprios que lutam pela abertura, sem lei, que vêm agora e colocam as razões que esconderam sempre, dizendo que haveria aumento de emprego, que iria facilitar a economia, que iria trazer o turismo. É a economia da Cidade que está em jogo. Nós esperamos, Ver. Nereu D’Avila, Ver. Sebastião Melo e Ver. João Bosco Vaz e todos aqueles que lutam para que a Lei n.º 7.109 continue em Porto Alegre, como a minha Bancada, como a Bancada do PC do B e a Bancada do PSB, que, ao publicar o acórdão do Tribunal de Justiça e, evidentemente, a nobre Bancada, quase na sua maioria do PDT, que acompanha essa luta, com a publicação do acórdão, nós possamos derrubar, suspender essa medida liminar do Desembargador Clarindo Favretto no Supremo Tribunal Federal, de tal forma que ele venha a garantir o que escreveu em 1993 dizendo: (Lê.) “Se formos às considerações fatais, podemos afirmar que a Lei Municipal decretativa de feriado pode proibir o trabalho em qualquer dia da semana, tendo por motivo um evento cívico ou o respeito por um dia santo de guarda. Daí porque a matéria, que versa sobre a liberação ou a restrição do funcionamento do comércio em dias de feriados e domingos, se insere inegavelmente dentro do interesse local para que o Município esteja constitucionalmente autorizado a legislar.” Palavra do Desembargador Clarindo Favretto, aquele que concedeu a liminar agora; que valha esta fala dele, de 1993. Nossas homenagens portanto, ao Sindicato dos Comerciários e ao Sindicato dos Corretores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Solicito que o Ver. Paulo Brum assuma a presidência dos trabalhos, para que este Vereador possa fazer o seu pronunciamento.

 

(O Ver. Paulo Brum assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra por cessão de tempo do Ver. Fernando Záchia em Grande Expediente.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Ver. Paulo Brum e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Vou tentar dividir meu tempo, para contemplar os dois Sindicatos. Primeiro vou falar do Sindicato dos Corretores do Rio Grande do Sul. Estou vendo e quero fazer uma homenagem ao meu amigo “Pancinha”, aqui presente, e dizer que a minha origem, o meu primeiro emprego em 1969, há 33 anos, foi numa Companhia de Seguro, Companhia União de Seguros Gerais. Lá, durante três anos, atuei nessa Companhia, e a minha família e o meu irmão durante toda a sua vida atuou em companhia de seguros, e ainda hoje continua atuando, proprietário da Reguladora Garcia.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz dizendo: “Que é comercial!”)

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Quero dizer, Ver. Bosco, que a minha primeira intervenção aqui na Câmara em 1997 foi sobre um Veto do Sr. Prefeito relativo ao Projeto de Lei que tinha sido aprovado em 1996, Projeto de autoria do Vereador, na época, Artur Zanela, que procurava diminuir o ISSQN de 5% para 3%, e por toda uma vida ligada a esse segmento, eu lembro que eu fui o único Vereador que assumiu esta tribuna e votou contra o Veto. Era uma experiência nova para mim, mas aí eu consegui, aos poucos, entender por que os demais Vereadores mantiveram o Veto do Prefeito, e até surpreso, por que havia sido aprovado no final de 96. É que matéria tributária é função do Executivo. E aí, quando o Ver. Bosco apresentou, aquilo foi um acordo que aos poucos foi sendo moldado, com o próprio Executivo e os Vereadores, para concessão do ISSQN de 5% para 3%. E é importante os senhores e as senhoras saberem o porquê ocorreu isso. É que grande parte das corretoras de seguro não estava operando mais em Porto Alegre. Então, na realidade, estava ocorrendo uma evasão fiscal. Inteligentemente, o Executivo se apercebeu disso, viu que entre 5% e 3%, e não ter nada, era melhor ter 3%. E aí foi costurado aquele acordo, que passou.

A iniciativa do Ver. João Bosco Vaz foi fundamental para que o processo pudesse ser discutido.

Então, Sérgio Petzold, eu quero dizer da alegria e cumprimentá-lo por esse Sindicato ser cada vez mais presente e atuante. Porque, nesse mundo moderno, o fator segurança é o fator número um. E cada vez mais o que nós temos que criar, sim, é a conscientização. E eu penso que o ramo do seguro - vocês, cada vez mais, - têm de investir é na escola. Uma conscientização nas séries inicias, mostrando o porquê da importância do seu seguro. Com isso, aos poucos, vai haver uma mudança da mentalidade em nossa população. Porque nós ainda somos um País pobre, e falar em seguro, muitas vezes, é difícil, porque grande parte da nossa população ainda não tem o que comer.

Eu quero também abordar, de maneira especial, o Sindicato dos Empregados do Comércio no Rio Grande do Sul. Quero cumprimentá-los porque vocês estão coesos. E hoje foi dito que perderam uma batalha, mas não perderam a guerra. E é importante, neste momento, a coesão.

Eu já falei, inúmeras vezes, sobre o porquê sempre fui contrário a questão da abertura do comércio aos domingos. E eu disse que o dia em que os comerciantes vierem nesta Casa e trouxerem dados concretos de que a abertura do comércio vai promover geração de emprego e de renda, vai ter voto favorável deste Vereador. Mas isso não ocorreu até agora. Na realidade, não houve uma proposta de aumento de emprego, pelo contrário, a questão da renda está diminuindo, porque aquilo que vocês ganhavam aos domingos, querem retirar. Nós não podemos ser solidários com isso. Porque, nesse caso, o que vai ocorrer é simplesmente uma troca de um domingo por um dia de semana. Aí eu perguntei como é que ficam as famílias? Em um domingo, a esposa em casa com os filhos e o marido trabalhando ou o contrário. Praticamente, muitos poucos vão-se ver. Por isso, sintetizando essa questão do comércio, em Porto Alegre é parâmetro, porque no momento em que Porto Alegre - agora por uma visão que, na nossa opinião, respeitamos, mas equivocada com a questão da liminar -, abrir, vai fazer com que o comércio se abra em todo o Estado.

Vários oradores já disseram que isso é competência do Município. Vai retornar a esta Casa, e podem ter a certeza de que, mais uma vez, os senhores e as senhoras não serão mais obrigados a trabalhar aos domingos. Serão obrigados entre aspas, ou seja, em uma situação de acordo, sentando os dois Sindicatos e resolverem o que será melhor, porque é dessa forma que pessoas adultas e inteligentes agem. Uma coisa que eu aprendi desde pequeno: que um bom negócio é bom quando serve para ambas as partes, porque senão não foi um bom negócio, alguém foi beneficiado.

Para finalizar, em nome do nosso Partido Socialista Brasileiro, gostaríamos de saudar o Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul por essa luta, por essa coesão, por manterem-se firmes e é isso que esperamos e, ao mesmo tempo, o Sindicato dos Corretores do Rio Grande do Sul, que façam uma reflexão sobre a possibilidade de investir na questão educacional no ramo de seguros.

Parabéns aos dois Sindicatos, aos presentes e que, a cada dia que passa, vocês possam muito mais trabalhar em prol da sociedade do Rio Grande do Sul, porque esse é o caminho de todos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PPB.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, falo em nome da minha Bancada, dos Vereadores Pedro Américo Leal, Beto Moesch e João Carlos Nedel. Devo dizer, Sr. Presidente do Sindicato dos Corretores, que, quando concordamos em alterar a ordem dos trabalhos, nós pensávamos que haveria apenas uma confraternização com aqueles que realmente merecem. O seu Sindicato, realmente, é importante. Eu diria que o corretor de seguros é como o analgésico: está ali à nossa mão e nós estamos dando graças a Deus que ele não precisa ser utilizado, mas se for necessário, nós tomamos analgésico e a dor passa. Esse é o corretor de seguros, a quem nós desejamos toda a sorte e felicidades nos seus vinte e um mil, novecentos e quinze dias de vida. Esperamos que continue por muito tempo.

Mas esperávamos que não se repetisse aquilo, querida Esther Machado, que nós vivemos do dia 28 de abril até o dia 14 de maio, onde repetimos tudo o que foi dito aqui hoje. Hoje é confraternização, Esther Machado, comerciários, nós só queremos sucesso para vocês, respeitamos o trabalho de vocês, mas alertamos para os falsos profetas, aqueles que vêm aqui nesta tribuna dizer que a lei está errada, está tudo errado, a Justiça é equivocada. O País tem três Poderes: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Se nós não respeitarmos o Judiciário, meu Deus do céu, o que sobra do País? Nada!

Quando falo nos falsos profetas: eu penso será que não leram, será que não têm conhecimento que há uma iniciativa de emenda Constitucional para alterar a Lei, para possibilitar que se fixe esse dia? Será que estão todos equivocados, os Deputados Estaduais, os Juízes deste País, os Juízes do Rio Grande, que nós tanto respeitamos?

É por isso que eu digo: cuidado com os falsos profetas, os mesmos que hoje nos auxiliam, se são falsos, amanhã nos batem.

É preferível a verdade, tão-somente a verdade, ainda que ela seja amarga e contrária ao que nós estamos querendo naquele momento. Mas nós sabemos que aquele indivíduo, na hora de falar, fala a verdade. Isso é extremamente importante. Nós sabemos que, no Poder Público, o que está escrito vale como lei, o que não está escrito não vale, não pode. Agora, nós vimos aqui e criticamos os Juízes. Nós usamos, como eu disse, no dia 28 de abril, uma Sessão que foi até às 2 horas da madrugada. Se nós tivéssemos votado, nós teríamos chegado ao mesmo resultado de 15 dias depois, mas até da obesidade se falou em Comunicação de Líder. Eu nunca tinha visto isso na minha vida. Hoje, quando eu queria confraternizar com os dois presidentes, com os dois Sindicatos, de novo sou obrigado a ouvir tudo aquilo que eu ouvi durante 15 dias. De qualquer forma, não importa, o que a minha Bancada deseja aos senhores, aos sindicalizados de cada um dos dois, e a Esther tem vinte e cinco mil, quinhentos e sessenta e oito dias de trabalho, sem dúvida nenhuma, de garra, de muita importância, muito necessário, nós desejamos que vocês continuem trabalhando com o mesmo entusiasmo. Nós podemos discordar dos senhores, mas discordamos frente a frente, olhando nos olhos e não nos impressionando com quem apareça aqui para que se faça um discurso. Isso chama-se respeito a quem trabalha, respeito a quem assume responsabilidade, respeito a quem merece, e os senhores, sem dúvida nenhuma, ainda que nós discordamos muitas vezes, merecem todo o nosso respeito. A minha Bancada deseja sucesso aos senhores, aos seus familiares, a todos sindicalizados e que as melhores soluções sejam sempre encontradas, mas as melhores soluções, eu quero dizer tranqüilamente, não são dadas pelos falsos profetas; as melhores soluções são alicerçadas na verdade. Saúde e paz! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra por cedência de tempo da Ver.ª Clênia Maranhão em Grande Expediente.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Na realidade, cada uma dessas instituições mereceria uma homenagem própria e autônoma desta Casa. O autor da homenagem, o Ver. João Bosco Vaz, para poder realizar, em função de calendário do ano, de organização do calendário, não teve outra alternativa senão prestar esta homenagem em conjunto. Mas até porque, no fundo, tem sentido, além, propriamente, das homenagens que cada uma dessas instituições merecem, ou seja, merecem o maior respeito e consideração, de um lado o Sindicato dos Comerciários que comemoramos aqui o seu 60.º aniversário. Esta Carta Sindical foi assinada por uma das figuras mais importantes da história republicana do século passado, Getúlio Vargas. A Carta Sindical do Sindicato dos Comerciários foi assinada por Getúlio Vargas, e eu aqui me sinto muito à vontade de prestar as duas homenagens, tanto ao Sindicato dos Comerciários, quanto ao Sindicato dos Corretores, pois ambos são Sindicatos de trabalhadores e as operações, tanto na atividade comercial, como na atividade da intermediação do seguro, não seriam realizáveis sem a presença do comerciário e do corretor de seguros, que desempenham funções extremamente importantes dentro da sociedade e ambas são extremamente especializadas, porque não é ir para um balcão e achar que já sai vendendo. Isso se constitui num aprendizado, seja o processo de intermediação, seja o processo de vendas. E eu me sinto à vontade, algumas pessoas poderiam se surpreender de o Ver. Isaac Ainhorn vir prestar homenagens ao Sindicato dos Comerciários. Então eu me sinto muito à vontade, orgulhoso, de prestar uma homenagem a esse Sindicato, por iniciativa do Ver. João Bosco Vaz, que completa os seus 70 anos de existência. E é bem verdade que são 70 anos de luta. Eu, particularmente, e que pertenço a um Partido trabalhista tenho uma visão diferente em relação à própria proposição do Sindicato em relação à questão do trabalho - no passado a questão do sábado e a questão do domingo.

Primeiramente eu me recordo, eu participei de inúmeros debates com as lideranças do Sindicato do Comércio, seja a Sr.ª Esther Machado, seja o Barbosa, essa extraordinária liderança do Movimento dos Comerciários, participei de inúmeros debates, desde o primeiro dia em que aqui cheguei, defendendo a liberdade do comércio e contrário ao fechamento do comércio aos sábados. E hoje, nesta curta experiência da abertura do comércio aos domingos, observa-se que o domingo está-se constituindo para os usuários - e essa realidade tem que ser enfrentada pelo próprio Sindicato dos Comerciários - no segundo melhor dia de vendas. Essa é uma realidade. Agora, lógico que eu gostaria de enfatizar que a abertura do comércio aos domingos, que é uma realidade em toda as capitais do Brasil - excetuando-se Palmas, no Tocantins, e, na América Latina, Buenos Aires -, a beleza e a pujança do comércio aberto aos domingos tem que incluir o respeito aos direitos sociais e trabalhistas.

A nossa homenagem a ti, Esther, com quem participei de inúmeros debates, discussões respeitosas, olho no olho, tanto contigo como com o Dr. Barbosa, na condição de Presidentes do Sindicato, a nossa homenagem aos comerciários que aqui comparecem e a todos os comerciários de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul.

E, agora, quero fazer um registro especial ao Sindicato dos Corretores de Seguros. Penso que o Ver. João Bosco Vaz conseguiu aos corretores de seguros uma importante vitória que foi a redução do ISSQN de 5% para 3%, porque a maior violência que se opera, Sr. Petzold, Sr.ª Esther Machado, contra as atividades de serviços na cidade de Porto Alegre, em prejuízo do próprio erário municipal, é a absurda alíquota de 5% geral para as atividades de serviço em nossa Cidade. Numa importante iniciativa, o Ver. João Bosco conseguiu a redução de 5% da alíquota para 3%, em relação à intermediação de seguro. Quero dizer que o nosso desejo, dentro de um princípio de isonomia, é que essa medida que já existe hoje, para a intermediação de seguro, se estenda a todas as atividades e serviços na cidade de Porto Alegre, para que não haja verdadeiramente aquilo que está acontecendo em Porto Alegre, que é um processo de evasão fiscal em decorrência de empresas que saem de Porto Alegre para implantar as suas sedes, os seus domicílios, em outras sedes, em outras cidades que tem ISSQN menor. É uma vitória extremamente importante e a responsabilidade dessa absurda alíquota de 5%, infelizmente, cabe ao Partido dos Trabalhadores desta Cidade, que prejudicou, que penalizou e vem penalizando inúmeras atividades e serviços nesta Cidade.

Porto Alegre tem a maior alíquota de serviços do País, 5%, só comparável a duas outras capitais que têm a mesma alíquota de 5%. Penaliza-se, assim, a atividade de serviço, Ver. Adeli Sell, na cidade de Porto Alegre.

Em boa hora o Ver. João Bosco Vaz conseguiu a redução para as operações de seguro, na área de serviço, de 5% para 3%.

Oxalá, Ver. Adeli Sell, um dia o Governo de V. Ex.ª deixe de ser tão fiscalista, tão penalizador dos contribuintes e dos trabalhadores da área de serviços e reduza de 5% para 3% isso que já foi consagrado para os corretores de seguros.

Muito obrigado, nossa saudação, nossa homenagem aos corretores de seguros por tudo que exercem e por tudo que representam, e aos comerciários da nossa Cidade e do nosso Estado as nossas homenagens ao SINDEC pelos seus 70 anos de luta. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, em exercício, Ver. Carlos Alberto Garcia; Sr. Presidente do Sindicato de Corretores do Rio Grande do Sul, Sr. Sérgio Petzold; Sr.ª Presidenta do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul, Sr.ª Esther Machado, senhor proponente desta homenagem, uma das importantes, meu querido Ver. João Bosco Vaz, senhoras e senhores.

O Ver. João Bosco Vaz, na ordem do dia do Grande Expediente... está escrito aqui na agenda: (Lê.) “Hoje, período destinado a assinalar o transcurso do 70.º aniversário do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul - SINDEC/RS - e do 60.º aniversário do Sindicato dos Corretores do Rio Grande do Sul – SINCOR/RS -, nos termos do Requerimento n.º 108/02, autoria do Ver. João Bosco Vaz.”

Meu querido Ver. João Antonio Dib, muito obrigado pelo mote, porque eu entendo o transcurso de aniversário homenagem, como alegria, confraternização e não tribuna política. Eu gostaria muito de estar aqui neste momento para cumprimentar carinhosamente todos vocês, porque um dia eu também fui um comerciário. Todos têm uma historinha para contar: que trabalhou no açougue, na padaria, na mercearia, seja lá onde for. Eu também trabalhei numa livraria, quando tinha 16 anos, mas, quando se pede uma homenagem a um Sindicato tão importante quanto este de vocês, é para fazer uma homenagem aos serviços prestados e não para uma tribuna política, estabelecida aqui. Mais uma vez, muito obrigado ao Ver. João Dib, que me deu o mote para que eu possa então dizer aqui que não se pode criticar a Justiça do Rio Grande do Sul, porque a Justiça, por mais erros que possa cometer em nossa vida, é ainda o parâmetro de uma sociedade. Ou não é? Alguém discorda? Crítica àqueles que batalham pela abertura do comércio aos domingos, a parte que me cabe, definitivamente, eu não sou de fazer panfletos e espalhar panfletos no comércio de Porto Alegre a respeito de um Projeto de Lei que apresentei nesta Casa, como o Ver. João Dib disse, eu estou dizendo olho no olho o seguinte: a quem interessa a afirmação distorcida de que a liberdade de funcionamento do comércio aos domingos não gera novos empregos? Eu gostaria de estar aqui apenas para cumprimentar o Sindicato dos Comerciários e o Sindicato dos Corretores, apenas isso, porque este espaço era dedicado à homenagem e não para a tribuna, mas tem que se dançar conforme a música. Por que essa simplicidade na discussão quando o que deve interessar é toda a cadeia econômica desse segmento? Quando entrei com o Projeto aqui da abertura do comércio aos domingos, o fiz por razões bastantes claras e sem panfletos sujos espalhados em Porto Alegre contra este Vereador! Por gentileza, isso não faz parte da minha vida. Eu só quero a geração de novos empregos, se for possível, e colocar a Cidade um pouco mais perto daquilo que ela se dispõe a ser: uma cidade turística. Eu tenho dito reiteradas vezes que jamais na minha vida de radialista fiz mal a quem quer que seja, não é a minha formação e não será como político que mudarei os meus conceitos de vida. Eu quero e vou continuar sendo um homem que abraça a solidariedade e o auxílio direto ao próximo como bandeiras de uma vida. Agora, se existem patrões que estão a exigir que o seu funcionário trabalhe aos domingos, é outra história, ninguém é obrigado a trabalhar aos domingos. E se o fizer por livre e espontânea vontade, deve receber horas extras, etc., etc. E aqueles que estão desempregados...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

Vocês podem vaiar à vontade, depois que terminarem a vaia, eu...

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Por gentileza...

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Não, não precisa interferir, é comigo. Se vocês terminaram de vaiar, eu continuo falando. Posso continuar falando? Muito obrigado. Aqueles que estão desempregados, ao obterem a chance de um trabalho, por menor que seja o rendimento, têm todo o direito de trabalhar sem que sejam acusados de estarem tirando o emprego de outros.

Já pedi insistentemente, aqui nesta tribuna, que o Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre me envie a anunciada lista de dispensa na área do comércio de nossa Capital. Até agora não recebi nada, mas sim o pedido para que o meu Gabinete...

(Manifestações nas galerias.)

 

Posso continuar falando?

 

(Manifestações nas galerias)

 

 Terminaram? Posso continuar? De que forma posso eu saber da lista daqueles que foram prejudicados com a abertura, via Justiça, do comércio aos domingos?

Eu estou usando este espaço de Liderança para esclarecer, de uma vez por todas, essas questões, aproveitando a presença dos senhores e senhoras que educadamente estão aqui no Plenário. Quando eu entrei com o Projeto – derrotado nesta Casa – o fiz única e exclusivamente visando a aumentar vagas de emprego em nossa Capital, e não me arrependo. Se existem maus patrões é outra história, e preciso ser informado por aqueles que foram prejudicados.

Deixo claro que prezo muito o ser humano e quero que os senhores entendam, de uma vez por todas, que o meu desejo de abertura de comércio aos domingos é, única e exclusivamente, para tentar diminuir o número de pessoas desempregadas em nossa Capital.

Falar por falar não leva a nada. Falar por jogo político não é o meu chão. E ajudar o próximo, na medida do possível, foi e sempre será o meu jeito de agir junto à sociedade.

O que importa para mim é que estou com a consciência tranqüila. Como disse o Ver. João Dib: posso falar “olho no olho” e de consciência tranqüila.

É assim que ajo na vida. Agora, se vocês vieram aqui para fazer de uma homenagem bancada política, lamento, e muito. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Por gentileza, informamos que a Casa não permite manifestações nas galerias. Se houver novas manifestações, teremos que tomar medidas mais drásticas.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, quando este Vereador propôs essas duas homenagens, foi somente para homenagear a luta e o trabalho desses dois Sindicatos. Agora, se os Vereadores foram lá usar a tribuna, os Vereadores são responsáveis pelo que dizem.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereador, acolhemos, mas não é uma Questão de Ordem. E cada Vereador tem o próprio espaço e ele o utiliza como quiser. Foram eleitos para isso.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Eu fico constrangido com os convidados que vieram aqui para serem homenageados e têm de ouvir muitas coisas que não precisariam ouvir.

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu fico realmente muito feliz no momento em que esta Casa pode prestar uma homenagem a dois sindicatos tão importantes para todos nós aqui no Rio Grande do Sul.

Quando nós pensamos em sindicato, pensamos em uma organização que seja capaz de lutar pela sua classe, organizar a sua classe, de perseguir os objetivos da classe, de defendê-la e de procurar fazer com que ela obtenha melhores rumos para o seu futuro.

Eu me lembro muito bem, no caso do SINCOR, que nós tivemos aqui a oportunidade de discutirmos o rebaixamento das alíquotas do ISSQN. Eu acredito que se não fosse aquela medida tomada aqui pela Câmara, tanto no caso dos corretores como no de tantas outras categorias que nós conseguimos aqui baixar as alíquotas, Ver. Nereu D’Avila, hoje a arrecadação de Porto Alegre, no caso do ISSQN, estaria menor, porque, afinal de contas esse rebaixamento de alíquotas faz com que as pessoas possam permanecer, faz com que as pessoas até não escondam o jogo na hora de pagar o seu tributo e acaba ganhando o Município, e ganha também a categoria.

Então, eu acredito que vocês sempre agiram de forma absolutamente correta e merecem todo nosso agradecimento, como representantes da sociedade, pelo trabalho que vocês fazem à frente do Sindicato.

Com relação à minha amiga Esther: quando conheci o Sindicato não era a Esther a Presidenta, mas já estávamos lá presentes na luta do Sindicato, naquela época em que o Sindicato defendia o sábado inglês. É claro que era outra época, e se aquelas propostas fossem feitas hoje, talvez pudessem afrontar aquilo que pensa a sociedade em termos de comércio. Mas, naquela época, eram propostas absolutamente válidas, porque o Sindicato dos Comerciários sempre procurou lutar para fazer com que a dignidade do comerciário pudesse ser mantida e para que os direitos dos comerciários não fossem afrontados, principalmente pelos maus patrões.

Então, o problema não é se discutir, aqui, hoje, a abertura ou não do comércio aos domingos. É podermos discutir a validade da existência de um Sindicato que sempre procura fazer com que os seus filiados, com que a sua categoria seja defendida em todos os seus direitos.

Tenho certeza absoluta, Esther, de que se você e o pessoal da sua diretoria percebessem que existe um clima absolutamente favorável para a abertura, que poderia haver este entendimento entre patrões e empregados, sem colocar em risco a vida futura dos empregados no comércio, tenho certeza absoluta de que você daria o seu aval para a abertura, já que ouvi muita gente falar, inclusive você mesma, outras vezes, que o problema não é simplesmente o da abertura, o problema é o tratamento que o comerciário recebe nas suas lojas, o problema é como o comerciário vai ser tratado. O comerciário não pode ser escravizado, assim como nenhum empregado pode ser escravizado, ele tem que receber um tratamento digno, e vejo que é exatamente essa a luta que você faz há tanto tempo.

Por isso mesmo, até pertencendo a um Partido que defende livremente a abertura do comércio aos domingos e a qualquer instante, nós, na última vez que votamos aqui esta matéria, conseguimos ir contra as orientações do nosso Partido, para votar naquilo que achávamos mais justo, para manter a possibilidade de os comerciários continuarem negociando o seu futuro e, quem sabe, poderem ter uma relação bem melhor dentro das suas casas comerciais numa relação de emprego que possa dignificar cada vez mais as pessoas que trabalham no comércio e possam abrir novas vagas, mas não à custa do sacrifício de ninguém. Quero cumprimentar esses dois Sindicatos; a Câmara de Porto Alegre tem de ter orgulho de os estar homenageando. Parabéns ao SINDEC/RS, parabéns ao SINCOR/RS! Vocês dignificam a luta sindical no nosso País. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Vamos nos deter nesta homenagem justa, porque, desde que cheguei a esta Casa, tenho visto a luta dos comerciários e a luta do Sindicato. Posso dizer que é um momento de reflexão, porque, se levarmos em conta, Sr.ª Esther Machado, na primeira votação foram 24 a 8, ou seja, três por um; na outra, já foram 16 a 14. O que aconteceu aqui eu não sei; alguma coisa mudou. Alguns mudaram o voto, outros não, mas houve uma mudança.

Eu sempre tenho colocado as coisas com muita clareza e as tenho acompanhado através das negociações. Sempre vi algumas intransigências, mas entendemos que o Sindicato é uma entidade representativa e desde que estou nesta Casa, nesta Legislatura, eu sempre vi o Sindicato lutando bravamente com os comerciários, tenho acompanhado os comerciários, tenho conversado com eles, porque essa história do comércio aos domingos não está bem colocada para os comerciários dos bairros, do Centro, com quem a gente conversa muito, e não está bem colocada também para os pequenos e médios comerciantes, que agora começam a se movimentar para que o Sindilojas possa ouvi-los também. Somos a favor, tenho certeza de que esta Casa é a favor da abertura do comércio aos domingos, mas tem de haver uma ampla negociação; e que o comerciário possa, por meio do seu sindicato, ter a capacidade de persuasão, de comparecimento, de fiscalização, de orientação para com os seus funcionários, de auxílio - por que não? É uma classe representativa por intermédio do seu sindicato.

Então, entendemos que o comerciário tem um sindicato - que acompanhamos aqui, Esther - atuante e que faz jus à credibilidade junto aos comerciários de Porto Alegre e do Estado. É uma referência e nós queremos aqui homenageá-lo.

Não queremos discutir, aqui, o que já foi amplamente debatido e sempre houve um ganho por parte do Sindicato dos Comerciários. Estamos aqui, hoje, para parabenizar os 70 anos de luta do sindicato. Aquelas questiúnculas partidárias, particulares, quanto ser a favor desse ou daquele, é coisa secundária neste momento histórico importante do sindicato e de vocês da categoria. Um sindicato forte é um sindicato atuante. Um sindicato com a participação dos comerciários é um sindicato forte. Não tenho dúvida, pois conheço a maioria de vocês, sei da luta de vocês no dia-a-dia; aqui nesta Casa, com força, mobilizando-se muito mais do que os comerciantes, posso dizer. Conversei com ambas partes, como Vereador, e em vários momentos os comerciantes não quiseram vir a esta Casa conversar com os Vereadores. Portanto, este é o momento de elogiarmos o Sindicato porque sempre buscou junto a esta Casa uma negociação e se ela não existe até hoje, não tenho dúvida de que a nossa Presidenta Esther vai continuar buscando para alcançar a negociação e alcançar o que há de melhor para os comerciários de Porto Alegre.

Então, cumprimentamos a categoria de vocês por intermédio da Presidenta Esther, a quem conhecemos bem, e o Sindicato dos Corretores de Porto Alegre, uma entidade que traz credibilidade. E como hoje buscamos por intermédio de entidades a credibilidade para não cometermos erros na hora de fazer um seguro.

Quero, então, desejar às duas categorias meus parabéns, porque nós, como Vereadores, erramos muito, mas temos de nos posicionar, e aqui nesta Casa, os Vereadores têm-se posicionado: alguns, contra; outros, a favor. Mas queremos desejar, nesta data de aniversário das duas entidades, os parabéns deste Vereador, que estará sempre buscando a negociação. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Veremos, agora, a apresentação de uma fita institucional dos corretores de seguros do Rio Grande do Sul.

 

(Procede-se à apresentação de vídeo.) (Palmas.)

 

O Sr. Sérgio Petzold, Presidente do Sindicato dos Corretores do Rio Grande do Sul, está com a palavra.

 

O SR. SÉRGIO PETZOLD: Cumprimento-os pela brilhante idéia de convidar esses dois sindicatos para se fazerem presentes hoje. Aos Vereadores aqui presentes e aos não presentes, o nosso muito obrigado pela luta que enfrentaram conosco aprovando a redução do ISSQN, de sorte que o Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado do Rio Grande do Sul, no caso Porto Alegre, naquela oportunidade, tem muito a agradecer aos senhores. Muito obrigado senhores. (Palmas.)

Os corretores de seguros foram menores do que vocês, que representam o Sindicato dos Empregados do Comércio há anos. Há menos de 20 anos, nós éramos vistos e revistos como homens que se dedicavam ao oportunismo da venda momentânea, éramos chamados de picaretas; raríssimos eram os políticos que nos recebiam, ir a Brasília, nem pensar. Hoje, não por sermos homenageados nesta Casa, mas nós galgamos tudo isso, e todos os políticos, a rigor, nos recebem. Recentemente estivemos em Brasília, onde o Presidente da República nos recebeu, uma comitiva de dez homens de seguros, da qual eu fiz parte.

E assim cresceu o nosso Sindicato e isso que vocês viram é um programa na televisão que passa três vezes ao dia em que muitos políticos, candidatos atuais já se fizeram presentes falando de seguros.

Os Srs. Vereadores, passadas as eleições, serão convidados, muitos dos senhores, a se fazerem presentes na televisão, para levarem uma mensagem semelhante a que vocês viram; pelo menos umas cem pessoas gravaram esse programa que passa três vezes ao dia na televisão; o nosso contrato é de um ano e com certeza iremos renová-lo.

Essa é a categoria dos corretores de seguros, que atingiu, praticamente, tudo que vocês possam imaginar através de luta, através de batalha, através de muita dedicação e força de vontade.

Pois bem, havia, de parte dos corretores, uma queixa muito grande do sistema financeiro, principalmente a respeito do custo do dinheiro e do cheque especial. O que é que nós fizemos? Fundamos um banco. Os corretores de seguro já têm banco. Somos banqueiros? Somos, sim. Cada um de nós que deposita e negocia com esse banco tem uma única quota igual a todos os outros. De modo que a nossa categoria atingiu o que atingiu, graças ao trabalho parecido com o de vocês, o trabalho de porta em porta, de político em político, de casa em casa, dizendo das nossas dificuldades e mostrando o que nós queremos. Nós queremos, sim, que quem trabalha em seguro seja corretor profissional de seguro e não pára-quedista ou oportunista do momento. Nós queremos, sim, que o nosso Conselho Federal e Estadual sejam realidade, porque o Conselho é o órgão que regula uma categoria. E temos encontrado uma dificuldade muito grande para que isso ocorra, ao segmento financeiro não agrada muito ver uma categoria regulamentada, como deveria ser a nossa categoria.

E por um ato de um Senador do Rio Grande do Sul, o nosso Conselho, que estava prestes a ser aprovado, há quatro ou cinco anos, foi retirado da pauta para revisão. Há cinco anos, ele foi engavetado, por meio de um ato de um Senador do Rio Grande do Sul.

João Bosco, se dependesse de nós, até pelo que tu tens feito e te identificado conosco, nós também pensaríamos na tua pessoa como representante maior nosso na aprovação do nosso Conselho em Brasília, é lá que se aprova isso.

Senhores, fico muito grato em poder levar a nossa palavra aos senhores, dizer que somos empresários, pequenos e médios empresários, que defendemos a livre iniciativa, mas com remuneração adequada. Trabalho aos domingos? Muito bem, mas muito bem pago. Um bom-dia, senhores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Sr.ª Esther Machado está com a palavra.

 

A SRA. ESTHER MACHADO: Sr. Presidente em exercício, Ver. Carlos Alberto Garcia; Ver. Paulo Brum; Sr. Sérgio, Presidente do SINCOR; Srs. Vereadores, realmente, hoje, é um dia de homenagens.

O nosso Sindicato, a nossa Diretoria, a nossa categoria sentem-se honrados com esta homenagem nesta Casa. Sentimo-nos gratificados e, depois de ouvir o pronunciamento de vários Vereadores, sentimo-nos mais orgulhosos ainda. Não nos sentimos incomodados, de forma alguma, com os pronunciamentos que ouvimos aqui hoje, porque eles só nos dão a certeza de que estamos no caminho certo, só nos dão a certeza de que esta Diretoria, este Sindicato está fazendo a sua parte, está cumprindo com a sua obrigação, e, acima de tudo, está fazendo história, está fazendo história não só na cidade de Porto Alegre, como está fazendo história no Rio Grande do Sul e fazendo história no Brasil inteiro. Pode ser até falta de humildade dizer isso, mas nós nos sentimos orgulhosos sempre que saímos desta Cidade e conversamos com pessoas que querem saber por que nós não queremos trabalhar aos domingos, que querem saber o que acontece aqui em Porto Alegre, que querem saber das lutas do trabalhadores, da luta dos comerciários.

Este Sindicato não luta só pelo domingo, não; nós temos história, nós temos trabalho também nas comunidades, nós nos preocupamos também com o social, que é com o que todos se deveriam preocupar; não só com a luta pela preservação e conquista dos direitos dos trabalhadores, mas também com a luta pelo bem-estar social de todos os trabalhadores, não só da sua categoria, da sua cidade, do seu Estado.

Nós tivemos muito trabalho em uma época, que foi o mutirão da saúde nas vilas e na periferia de Porto Alegre: na prevenção da hipertensão, do diabetes e do câncer de mama e de útero. Atendemos, em dois anos, cento e dez mil pessoas. Isso ninguém sabe, a gente só fala no domingo, não é?

Nós temos trabalho de profissionalização técnica. Nós já formamos, na cidade de Porto Alegre, quarenta mil técnicos em Contabilidade, ao longo de 50 anos de existência da Escola Técnica de Contabilidade do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre. Nós temos mais de vinte mil trabalhadores formados em cursos de qualificação e requalificação, nós temos uma creche – como foi dito aqui – que atende duzentas crianças filhas de mães comerciárias e de pais comerciários, trabalho esse que deveria ser atendido pelo Estado e pelas empresas. Mas somos nós que temos esse trabalho. O nosso Sindicato tem tantos trabalhos que, realmente, estes quatro minutos seriam muito pouco para enumerar todos. Mas é com grande orgulho que nós falamos aos senhores: lutamos, sim, contra a abertura do comércio aos domingos e não achamos nem um pouco repetitivos os argumentos aqui usados. Não gostaríamos de estar aqui para falar do domingo; nós gostaríamos de estar aqui para falar do que assola o nosso País hoje, que é o desemprego, a falta de saúde, de escola e de moradia. Mas o domingo nos afeta diretamente, nos afeta hoje diretamente, mas vai afetar a todos os trabalhadores no futuro, porque trabalhar aos domingos não vai ser só para nós, não. (Palmas.)

Quando dizem que querem o comércio aberto aos domingos, que gostariam de ter as lojas abertas aos domingos, isso reflete nas pesquisas, mas nas pesquisas a pergunta fundamental não é feita: “Você gostaria de trabalhar todos os domingos?” Quando se pergunta isso, todos são unânimes em dizer que não, até aqueles que defendem fervorosamente. Pessoas nos trataram com desaforo dizendo: “Vocês não estudaram.” Nós não estudamos, então nós temos de trabalhar aos domingos. É dessa forma que enxergam os trabalhadores do comércio! E essa forma de pensar é que muitas vezes tem trazido aqui pessoas que são favoráveis e que querem a abertura do comércio aos domingos, e que nos provocam diariamente, como fomos provocados hoje. Nós temos, sim, demissões no setor do comércio que estão à disposição dos Srs. Vereadores lá no Sindicato, no 5.º andar, no Setor de Homologações. Só numa semana foram demitidos duzentos e cinqüenta comerciários. Nós denunciamos à imprensa, e a imprensa não nos deu ouvido. (Palmas.) Mas deu ouvido a uma mentira terrível dita pelo CDL, de que, naquela semana, iriam admitir quarenta trabalhadores no setor do comércio. E demitiram duzentos e cinqüenta! Há grandes lojas que têm grandes anúncios nos meios de comunicação que estão demitindo os trabalhadores porque eles não querem trabalhar aos domingos, e porque não querem alterar o seu contrato de trabalho! Quando nos perguntam e nos pedem o endereço dos trabalhadores que são demitidos, eu respondo: “Eu dou, mas me deixem falar no ar, ao vivo, o nome das empresas que estão demitindo os comerciários.” E aí é cortada, ao vivo é cortada a entrevista. E quando é gravada, não saem os nomes das empresas. Mas eu digo aqui: Grazziotin demitiu por justa causa um comerciário que se negou a trabalhar aos domingos; Renner avisou, em reunião, que quem for convocado para trabalhar no domingo e não trabalhar será demitido; Paquetá, na semana passada, distribuiu, distribuiu não, chamou os trabalhadores ao Departamento de Pessoal para alterar o contrato de trabalho, sem dar a cópia, o que por lei é obrigatório aos trabalhadores. Isso é só o começo de tudo aquilo que denunciamos aqui. Quando nós temos uma posição, nós temos que ter uma posição responsável, nós temos que pensar no que a nossa posição vai refletir na vida de outras pessoas. Eu posso ser ingênua e pueril, senhores, por achar que o Vereador eleito, quando ele joga a responsabilidade de um direito de trabalho, pura e simplesmente, para o comerciário, para o sindicato dos trabalhadores, não está bem esclarecido, porque a responsabilidade social também é desta Casa - eu entendo assim. Posso estar errada, mas entendo que também é desta Casa não fazer leis de trabalho - até gostaria -, mas o debate numa Câmara de Vereadores é muito mais amplo e atinge muito mais a sociedade. Se a Câmara não pode legislar sobre direito do trabalho, pode fazer aquilo que os Srs. Vereadores vêm fazendo - e eu tenho a certeza que continuarão fazendo -: criando leis para regular e para não deixar a nossa Cidade se tornar tão selvagem e tão pior como querem. Eu vou encerrar brevemente dizendo aos Senhores que, no dia 27, como os Senhores sabem, nós teremos aqui uma Audiência Pública, quando, não com satisfação e não para dar satisfação a quem nos provoca, traremos, com certeza, mais denúncias, para que todos tenham a certeza e tenham o conhecimento da dimensão sobre o que o Tribunal de Justiça, com justiça ou injustiça, deliberou sobre a suspensão da Lei em Porto Alegre, o que isso causou e as conseqüências que tem. E nós chamaremos todos à responsabilidade, sim; todos têm responsabilidade com o ser humano e com o próximo. Todos têm obrigação, principalmente quem exerce cargo público. Não vejo o nosso Sindicato lutando só pelo domingo, não. Como eu já disse aqui, temos ações em vários setores, mas é também pelo domingo que agradeço a homenagem desta Casa; agradeço ao Ver. João Bosco Vaz; agradeço aos Srs. Vereadores que se pronunciaram aqui a favor da abertura do comércio aos domingos e contra a abertura do lar dos trabalhadores. Agradecemos e estaremos sempre aqui, com certeza. (Palmas.)

Esperamos voltar a esta Casa para comemorar mais uma vez que aqui se fez justiça, mas esperamos, acima de tudo, voltar a esta Casa para comemorar outras leis que beneficiem a sociedade porto-alegrense, e, acima de tudo, que beneficiem o cidadão, porque o cidadão é trabalhador, e, se não trabalha, não é porque é vagabundo, como chamou um dia o Presidente; se não trabalha, é porque não há emprego, e, se não há emprego, futuramente teremos muito mais desempregados nesta Cidade, porque o pequeno e o médio comerciante, aquele que abre e fecha suas portas, também estará na rua competindo por um cargo, por uma vaga no setor do comércio junto conosco, com os comerciários. É isso que queremos evitar! Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Queremos ressaltar que o período do Grande Expediente foi destinado a assinalar o transcurso do 70.º aniversário do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio Grande do Sul - SINDEC - e o 60.º aniversário do Sindicato dos Corretores do Rio Grande do Sul - SINCOR/RS.

Queremos agradecer aos senhores pela presença. Damos por encerrada esta homenagem. Faremos um intervalo de dois minutos para as despedidas de praxe. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h41min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni - 16h44min): Estão reabertos os trabalhos. O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gostaríamos, na tarde de hoje, de tratar de um assunto mais ameno. No entanto, os assuntos, os temas e os problemas nos obrigam a enfrentar graves e sérios problemas. Nós gostaríamos de trazer novamente à discussão um tema e dar continuidade a um debate e a um conjunto de informações nesta Casa que iniciamos na semana passada. A partir de uma pesquisa levada a efeito pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, identificamos que os gastos mensais da família brasileira, seja aquela que ganha até cinco salários mínimos; seja aquela que ganha de cinco a dez salários mínimos; seja aquela de dez a vinte salários mínimos ou mais, encontra-se na faixa média de 29% dos seus gastos direcionados ao pagamento de juros. Essa é a média de gasto da família média. Segundo a mesma entidade, os gastos daqueles que ganham de um a cinco salários mínimos estão no patamar de 35%. Portanto, segundo essa entidade que fez a pesquisa, os que ganham de um a cinco salários mínimos têm um comprometimento de 35% com o pagamento de custos financeiros, diga-se juros. É, indiscutivelmente, a maior brutalidade que se pratica contra a família brasileira. E nós gostaríamos de trazer alguns dados dessa mesma pesquisa que podem surpreender V. Excelências. Nós temos aqui um levantamento feito por essa mesma Associação Nacional dos Executivos da área financeira, que fez um estudo da variação do custo médio dos juros praticados pelos crediários e os custos médios do IPC, Índice de Preços aos Consumidores, de agosto de 1995 a agosto de 2002. Em sete anos, a inflação medida do IPC/FIPE ficou em 50,56%, e o custo acumulado nos financiamentos do comércio no mesmo período, de 1995 a 2002, foi de 122.403%. Repito e gostaria de contar com a audiência de Vossas Excelências. Enquanto que o índice de preços ao consumidor FIPE variou em agosto de 1995 a agosto de 2002, em 50,56% em sete anos, o índice da inflação medida, no mesmo período o índice dos financiamentos do comércio tiveram um custo acumulado de 122.403%.

Vejam, V. Ex.as que esses dados se constituem numa verdadeira brutalidade. Uma brutalidade sem precedentes, não existe nenhum país no mundo que tenha esses índices, de um lado inflação de 50% medida em sete anos e, no mesmo período, o índice acumulado do custo financeiro dos preços praticados no crediário em relação às taxas de juros foi de 122.403%. Os dados estão à disposição, nós extraímos esses dados do site da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade, e os dados estão à disposição desta Casa dos Srs. Vereadores, é uma tragédia que se abate neste País em cima dos assalariados de todos os patamares onde as taxas de juros se constituem em verdadeiros absurdos e consomem 1/3 do que recebe a média dos assalariados brasileiros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente Aldacir Oliboni, que preside os trabalhos, Srs. Vereadores, dia 27, sexta-feira, comemora-se o Dia Mundial do Turismo, mas como é uma atividade de fundamental importância aqui no Rio Grande do Sul, especialmente em Porto Alegre, as comemorações se dão durante toda esta semana. Por isso estamos usando a tribuna hoje, porque iniciam-se hoje preciosas comemorações, seminários, reflexões sobre o turismo, a importância do turismo, a atividade que mais cresce no mundo, a que mais gera empregos. Mas quero ressaltar, destaca-se neste ano, em nível mundial, e a Câmara de Turismo do Rio Grande do Sul faz o destaque aqui para nossa realidade, o ecoturismo dentro do contexto do turismo, que já representa mais de 10% do turismo. Sempre falamos muito da necessidade de protegermos o meio ambiente para a nossa qualidade de vida, mas precisamos dos instrumentos, dos insumos para essa proteção, não basta simplesmente proteger. E com relação ao turismo sustentável, ao ecoturismo, que necessita da educação ambiental ligada diretamente ao turismo ecológico, da informação, é justamente o insumo o instrumento fantástico para a proteção do meio ambiente, para a informação e a conscientização das pessoas sobre o local onde esse turista, esse ecoturista está inserido.

Qual o tipo de flora, de água, como surgiu aquele ecossistema. E Porto Alegre tem a vocação sim para o turismo, e é o grande desafio da sociedade e das organizações governamentais e não-governamentais, para colocar o Rio Grande do Sul e Porto Alegre como a capital deste Estado com um sistema fantástico, ambientalmente falando, para apresentar aos turistas, mas a sua Cidade também. Hoje, pela manhã, nós - o Ver. João Antonio Dib, Adeli Sell, Ervino Besson, este Vereador -, estávamos sediando, aqui, na Câmara, o evento o União e o Delta do Jacuí em parceria com a Fundação Zoobotânica.

Nós temos ali um ecoturismo fantástico para se desenvolver: o Parque Estadual Delta do Jacuí, temos o Morro do Osso, o Lami, aqui, na fronteira, na divisa, Porto Alegre/Viamão, o Parque Estadual de Itapuã, os nossos parques, a nossa Redenção, o nosso Marinha e assim por diante.

E mais, dentro desse contexto de ecoturismo e de um turismo sustentável, Porto Alegre tem, sim, vocação e tem que resgatar esse turismo, não só como uma passagem dos turistas que vêm para o Sul, mas no sentido de que esses apreciem a nossa Cidade, a nossa Porto Alegre.

Mas para isso temos que cuidar da poluição visual cada vez mais degradada, que é o assunto da Pauta. Hoje mais um Projeto de Lei se apresenta, aqui, na Casa, visando cuidar desse aspecto. Sobre a limpeza, nós estamos debatendo o Código Municipal de Limpeza Urbana; como está isso?

Como estão os passeios públicos para esses turistas que aqui vêm poderem caminhar, poderem andar de bicicleta? Isso faz parte do turismo moderno.

Como está a qualidade do ar? É isso que o turista quer ver numa cidade para realmente essa cidade se fazer uma cidade turística. Protegendo a sua paisagem, a sua qualidade do ar, a sua limpeza e mostrando - e Porto Alegre tem isso -, a sua potencialidade natural.

Hoje 1/3 do território desta Cidade constitui-se em Zona Rural. Ela tem uma característica diferenciada.

Portanto, nesta Semana Mundial do Turismo, Porto Alegre está, sim, debatendo a sua realidade dentro desse contexto, uma Cidade turística, mas também dando ênfase ao ecoturismo como uma atividade que cresce sustentavelmente, fazendo Porto Alegre vocacionada para esse fim. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Paulo Brum está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Carlos Alberto Garcia em Comunicações.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Ver. Aldacir Oliboni, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero trazer a esta Casa, aproveitando a tribuna que disponho, para fazer uma denúncia que nós consideramos gravíssima, porque em todos os períodos eleitorais, nas campanhas eleitorais aparecem candidatos que são os defensores dos “coitadinhos”, aparecem candidatos prometendo resolver a vida dos “coitadinhos” deficientes, como eles sempre dizem.

Mas o que me traz a esta tribuna, indignado, Sr. Presidente, é que não um candidato a Deputado, um Deputado Estadual, o Sr. Jorge Gobbi, mandou uma correspondência para os associados da FREDEF, a Federação a qual eu tenho muito orgulho de ser o seu Presidente. Os associados da FREDEF, da Federação Rio-grandense de Entidades de Deficientes Físicos, que receberam o benefício do passe-livre no TRENSURB, receberam uma correspondência do Sr. Jorge Gobbi nesses termos: (Lê.)

“Como Deputado Estadual do PSDB, e ex-Presidente Estadual do Partido, lutei para que o TRENSURB fornecesse o passe gratuito para os deficientes físicos e seus dependentes. O Governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, PSDB, foi sensível a essa justa reivindicação e mais de mil e quinhentas pessoas estão recebendo o benefício.” - Que cara-de-pau, que picareta, Sr. Presidente! Vai mais além. - “Agora, porém, preciso do teu voto para que continuemos na luta pela melhoria de condição de vida dos rio-grandenses.” Mais além: “Por isso eu peço o seu voto, dos seus amigos, da sua família, seus parentes para continuar lhe representando na Assembléia Legislativa.“

Eu não dei procuração para esse senhor, esse picareta ser meu representante lá na Assembléia Legislativa! E tenho certeza, e plena certeza, que nenhum cidadão que está recebendo o benefício do passe no TRENSURB deu procuração para este senhor lhe representar na Assembléia. Eu trago aqui em público o convênio assinado em 6 de outubro de 2000. (Mostra o documento.) Um convênio entre o TRENSURB, na pessoa do seu Presidente, Sr. Pedro Bisch Neto, a este sim nós temos muito a agradecer, agradecemos a esse administrado pela sua sensibilidade. O convênio foi assinado entre o TRENSURB e a Federação Rio-Grandense de Entidades de Portadores de Deficiência Física, a qual com muita honra e com muito orgulho eu já presido há cinco anos. Nós assinamos esse convênio inédito no Brasil, sim, pela primeira vez uma organização não-governamental fez convênio com o Governo Federal e possibilitou que mais de duas mil pessoas, pela conta de hoje, fossem beneficiadas pelo passe gratuito nas comunidades atendidas pelo nosso trem metropolitano.

Não, não podemos admitir que em momentos eleitorais picaretas mal-intencionados venham tentar mais uma vez nos usar para benefícios próprios, sem nunca... Reafirmo: nunca vi esse cidadão participar de nenhuma reunião para poder dizer que interferiu junto ao Presidente Fernando Henrique Cardoso para fornecer o benefício do passe-livre às pessoas portadoras de deficiência no nosso TRENSURB! Ele vai mais além, ele diz: (Lê.) “Vote em Jorge Gobbi para Deputado Estadual, porque só assim vocês terão a manutenção dos benefícios sociais aos deficientes físicos pelo TRENSURB”. É um cara-de-pau! Vai trabalhar Jorge Gobbi! Vai merecer o respeito da sociedade, para depois se apresentar como nosso representante.

Sr. Presidente, nós encaminhamos uma carta a todos os meios de comunicação. (Lê.)

“A Federação Rio-Grandense denuncia e alerta a população em geral, principalmente as pessoas portadoras de deficiência, que nós associados estamos recebendo propaganda política (segue anexa) onde o Deputado Estadual Jorge Gobbi, num texto idealizado para confundir os associados, totalmente enganoso, informa que o passe gratuito no TRENSURB, para as pessoas portadoras de deficiência, foi uma conquista sua, sendo que tal alegação não representa a mínima verdade do ocorrido.

O passe gratuito para as pessoas portadoras de deficiência no TRENSURB é resultado da luta de nossa entidade junto ao Governo Federal, que culminou com a realização de convênio entre o TRENSURB e a FREDEF”, em 06 de outubro de 2000.

“Jamais o Sr. Jorge Gobbi participou ou se fez presente em qualquer ato direcionado à efetivação do convênio. Nunca, mais uma vez, nunca o citado senhor praticou ato que resultasse em benefício da concessão do passe gratuito às pessoas portadores de deficiência.

Queremos crer que homens públicos, a exemplo desse senhor, não podem usar pessoas ou entidades para fins político-eleitorais, como é a carta-pedido de voto, principalmente faltando com a verdade.

A carta-pedido de voto do Sr. Jorge Gobbi não se caracteriza como ‘estelionato eleitoral’. É muito mais. Na pura acepção do seu conteúdo, principalmente quando encerra dizendo que ‘Jorge Gobbi – Deputado Estadual do PSDB, número tal, tal, tal - pela manutenção dos benefícios sociais aos deficientes físicos pelo TRENSURB’ caracteriza o tipo penal contido no artigo 171 do Código Penal Brasileiro, em razão de que faz uma afirmação impossível de ser concretizada, qual seja, se votarem em Jorge Gobbi, o benefício social será mantido. A manutenção ou não do benefício diz respeito apenas às partes que nele pactuaram, ou seja: FREDEF e TRENSURB.”

Portanto, Sr. Presidente, lamentável a utilização de inverdades com fins eleitorais, principalmente envolvendo o segmento da sociedade por nós representado (são mais de quarenta entidades associadas), que já é excluído naturalmente pela sociedade em geral e, agora, é utilizado como massa de manobra para fins eleitoreiros.

Sr. Presidente, agradeço pela sua tolerância, mas fica aqui o nosso desabafo, para que jamais, enquanto eu existir, picaretas - 171 - falem em meu nome! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra por cedência de tempo do Ver. Carlos Pestana em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, fizemos, hoje à tarde uma justa homenagem à luta dos trabalhadores comerciários e não tivemos aqui boas notícias, infelizmente, uma homenagem que, penso, deve ajudá-los a continuar na luta. Esta Câmara manteve uma trincheira importante, que é uma lei que regra a abertura do comércio aos domingos e, infelizmente, o Judiciário a revogou – temporariamente, espero. Sexta-feira teremos uma Audiência Pública; sabemos que a sociedade sabe dos prejuízos não só ao trabalhador, mas principalmente ao emprego e ao pequeno comércio.

Mas eu queria usar o espaço de Comunicações para comemorar, por outro lado, uma vitória que também nos dá o Tribunal Regional Federal. Nós, aqui na Câmara, não pudemos ajudar, digamos formalmente, mas fizemos um grande esforço em relação ao vestibular da Universidade Federal. Desde o ano passado vimos apoiando o movimento de professores, de vestibulandos – eu penso que esta Câmara fez mais até do que a Comissão de Educação da Assembléia, porque fizemos aqui uma grande reunião, onde trouxemos diferentes atores da sociedade, que têm a ver com a cultura, com a educação, representantes da Secretaria da Educação, da OAB, da Câmara do Livro. E tivemos a oportunidade de ver que de diferentes lugares vinha a opinião de que essa restrição da Universidade Federal não era bem-vinda, ia de encontro ao esforço de integração da América Latina, através da língua espanhola. Quer dizer, vinha restringindo a possibilidade de entrada na UFRGS, na universidade pública. E nós sabíamos, percebemos, que o conjunto da sociedade não apoiava essa medida. Mesmo assim, a Universidade Federal não pôde rever a sua estratégia; apenas a protelou por um ano. Nós aprovamos uma Moção de Apoio ao movimento dos incansáveis professores e alunos, e agora o Tribunal Regional Federal concede uma liminar ao Ministério Público, que assumiu essa luta.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Acompanho com atenção o pronunciamento de V. Ex.ª Gostaria que a Vereadora colocasse no rol das suas preocupações, como educadora, um caso que está ocorrendo, em que estou envolvido também, em Santa Maria, e que diz respeito ao vestibular. Lá se trocou a data do vestibular. O vestibular é unificado, no Brasil, para as universidades federais. Isso tem a ver com as questões regionais e o acesso universal ao vestibular. Assim como era a questão da exigência que a UFRGS tinha e que agora foi derrubada pelo Tribunal Federal.

Aproveito também, Vereadora, porque ouvi no início da sua manifestação uma menção aos comerciários. O Procurador do Município, Dr. Rogério Favretto, nos informou hoje à tarde, logo depois da Sessão, que o Tribunal de Justiça do Estado publicou o acórdão que recusou a liminar no agravo regimental, abrindo a possibilidade, portanto, do recurso extraordinário para suspender a liminar concedida que permite que o comércio, em Porto Alegre, funcione de forma precária, na suspensão da Lei n.º 7.109.

Parabenizo V. Ex.ª pelo pronunciamento, abordando essa questão de Santa Maria.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Vereador. É uma boa notícia que nos traz o Ver. Estilac, porque a publicação do acórdão era importante para podermos, em seguida, a Prefeitura, e creio também a Câmara, questionar a liminar. Parece-me que, se por um lado, o Tribunal tira a legitimidade desta Casa - e acho que incorretamente - de legislar sobre o trabalho aos domingos, por outro, temos essa vitória que, infelizmente, teve que ir aos tribunais, sobre a questão da restrição da língua.

Não conheço bem a situação de Santa Maria, mas sempre o mais salutar é o diálogo acontecer, que foi o que nós insistimos em relação à Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Insistimos que a Universidade deveria cerrar fileiras conosco, tentando ampliar a possibilidade das culturas, das línguas, e não fechar apenas com o inglês. E, finalmente, o Tribunal Regional nos ajuda nisso. E mais, amplia, quando vínhamos resistindo à aplicação dessa medida para o curso de Medicina e de Enfermagem, o Tribunal vai mais além e amplia para outros cursos que já haviam adotado: Engenharia da Computação, Bacharelado em Estatística, Engenharia Química, Engenharia de Minas, Medicina da UFRGS e Medicina da Fundação da Faculdade de Ciências Médicas, que eram as duas que estávamos questionando. E argumenta, uma das questões que mais levantávamos, de que não era obrigatório ensinar só o inglês nas escolas de ensino fundamental, que não havia como os alunos se prepararem, que essa medida não poderia ser abrupta. É uma grande vitória do movimento social que quero registrar aqui; não puxar para esta Casa, pois nós apenas apoiamos. Agora, o movimento social...Vejam os vestibulandos que não têm associação, que não têm organização, se mobilizaram incansavelmente, e também as professoras de espanhol. Parece que essa medida, mais do que proibir a UFRGS de tomar essa medida, vai fazer com que a Universidade dialogue, pois faltou o diálogo para a Universidade com a sociedade.

Encerro dizendo isso, e que esta Casa, a Câmara de Vereadores, acertadamente, apoiou o movimento social como está apoiando o movimento dos comerciários. Tenho certeza de que nós vamos reverter uma decisão que tirou da Cidade a sua própria avaliação, da conveniência ou não de esta Cidade abrir o comércio aos domingos. Isso não pode ser legislado em nível federal, e serem simplesmente esquecidas as peculiaridades da nossa Cidade. Com certeza esse diálogo do Legislativo com o movimento social tende a acertar e trazer maiores benefícios para a nossa sociedade. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações. Ausente. A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Mauro Zacher está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, como de praxe, tenho trazido a esta Casa assuntos relevantes e importantes que vão ao encontro dos interesses da juventude, e me solidarizo, também, com a luta da Ver.ª Sofia Cavedon, da qual fui apoiador, pois é uma luta justa e importante para a nossa classe estudantil. Vou mais longe, Sr.as e Srs. Vereadores, nessa causa estudantil. Vou trazer a V. Ex.as, muitos talvez não conheçam, o Programa de Crédito Educativo Federal, que eu considero um assalto à classe estudantil. O que deveria ser um Programa que iria beneficiar ou garantir a permanência dos estudantes universitários particulares se torna um abuso, e alguns estudantes encontram-se na necessidade de garantir o seu estudo através desse Programa.

Eu, que já defendi, nesta Casa, a implementação do crédito educativo municipal, tenho que criticar profundamente a maneira como esse crédito vem de encontro aos estudantes. Primeiro, ele estabelece uma taxa de juros de 9% ao ano, e, agregado ao aumento que as universidades particulares têm feito, anualmente, de 6% a 7%, temos uma correção em torno de 15% ano. Isso onera o bolso do estudante.

Também temos nesse crédito a exigência de um fiador. Qual é a pessoa que irá tornar-se fiador de um estudante que não tem emprego garantido, que não tem condições de estudar naquele momento da universidade? Quem irá ser o fiador? Um parente? Um amigo? Isso tem-se tornado uma dificuldade, Ver. João Dib, muito grande. Impossível. Quem já não foi, talvez, perguntado se poderia ser fiador e ficou em dúvida? Realmente é um problema para o estudante conseguir um fiador.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Mauro Zacher, creio que muitos dos nossos problemas seriam diminuídos se, ao invés de grandes quantidades de faculdades e universidades, um número de cursos superiores que estão aí disseminados pelo Brasil afora, tivéssemos cursos de nível técnico, onde o indivíduo aprenderia rapidamente e teria utilização do seu estudo, do seu aprendizado.

 

O SR. MAURO ZACHER: Muito obrigado, Ver. João Dib. Fora o fiador, esse crédito educativo ainda impõe que a mensalidade não pode passar de 30% da renda bruta familiar. Quer dizer, o crédito educativo não é para quem tem necessidade: é para quem vai poder pagar depois. Então, ele não está beneficiando nenhum estudante carente. Ainda mais, o Governo Federal vai pagar as universidades com títulos da dívida pública. Que baita negócio! É mais fácil o estudante parar de estudar ou procurar um banco, porque esse crédito educativo aqui não tem nada de crédito educativo. É um empréstimo financeiro e ainda pago com a dívida pública. Quer dizer, para atender estudante carente, ele não tem trazido nenhum benefício; pelo contrário, aquele estudante que hoje ingressar no FIES, Crédito Educativo do Governo Federal, com certeza encontrará sérias dificuldades de pagar mais adiante, ou o seu fiador terá grandes dificuldades de honrar os compromissos desse FIES. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, o Brasil - quando se fala no País, se fala no Estado e no Município - enfrenta problemas extremamente sérios e graves, e a sociedade brasileira está tendo oportunidade de assistir a todo um debate em torno daqueles que haverão de dirigir o País.

Temos sérios problemas e destacaria alguns deles: a questão do desemprego, que é um problema seriíssimo e também a questão da segurança pública. Poderíamos, aqui, anotar uma série de problemas que o País vêm enfrentando.

Vêem-se, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no que respeita ao desemprego, manifestações no sentido de afirmar-se a criação de “X” empregos, mas se vê muito pouca ou quase nenhuma discussão no sentido de encontrar, diagnosticar a causa do desemprego e também de adiantar quais seriam as políticas capazes de geração do emprego.

Se nós pegarmos, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Orçamento ou os orçamentos, nós veremos que a nossa capacidade de investir, para o próximo ano, se dá em um percentual extremamente – olhem o que estou a afirmar – incompatível com as afirmações do número de empregos que se diz que serão criados. Então, estar-se-ia blefando.

As previsões de crescimento do País, nos níveis previstos de 2 ou 3% ao ano, não confortam, não socorrem os anúncios divulgados pelos meios de comunicação e da campanha política.

Nós aqui estamos vedados a manifestar posições, mas não estamos vedados de analisar temáticas relacionadas com o interesse maior do nosso País.

Nós temos, na questão do emprego ou do desemprego, uma questão econômica de crescimento e uma questão, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de ordem, chamaremos estrutural, substitutiva da mão-de-obra, que é exatamente o processo tecnológico. A evolução tecnológica, de uns anos até esta data, vem desenvolvendo uma tal velocidade que providências do campo econômico não conseguem acompanhar a demanda de tecnologia. Significa dizer que, no passado, e não tão longo passado, nós tínhamos, aí nas atividades, necessidade do braço humano. E, hoje, máquinas e máquinas estão substituindo o braço humano. Então, é o processo tecnológico.

Nós temos como interromper o processo tecnológico? Seria, vamos dizer assim, humanamente impossível e politicamente incorreto, num determinado momento, dizermos: “Olhem, que a tecnologia pare de avançar, porque nós estamos perdendo mão-de-obra”. Essa é uma realidade; o avanço tecnológico: máquina substituindo a mão-de-obra. Mas a verdade, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é que o País precisa crescer economicamente. Não há milagres, não há solução messiânica, se não tivermos políticas no campo econômico. Envolve a política nacional, é bem verdade, mas também envolve a co-responsabilidade regional e municipal.

Então, criar fontes de trabalho em uma economia em recessão e numa economia que a cada dia recebe a contribuição tecnológica é algo extremamente complicado.

Então, o que gostaríamos de ouvir... E estou aqui refletindo a opinião da população, de alguns, de pessoas com quem falamos. Mas vão criar tantos empregos, como? De que forma? Se os dados concretos são esses...

Então, fica aqui a nossa indagação no sentido de vermos propostas concretas no campo econômico, no que se refere a buscarmos esse grande desiderato da nossa população, que é o emprego. O emprego é algo fundamental para a vida, para que as pessoas possam ter satisfeitas as suas necessidades básicas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente dos trabalhos Ver. Oliboni, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, e também as pessoas que nos assistem pela TVCâmara, eu queria saudar todos.

Na terça-feira passada eu me envolvi em um acidente de trânsito, ou melhor, me envolveram num acidente de trânsito. E o que eu quero falar nesta tribuna é sobre problemas que eu nem gostaria de trazer aqui. E eu nem gostaria de fazer uso desta tribuna para falar neles. Mas temos de falar, nós, representantes legítimos do povo de Porto Alegre, que aqui nos colocou, temos de falar e denunciar os fatos que ocorrem em nossa Cidade. Eu tenho recebido – posso citar os nomes porque não pediram segredo algum – algumas reclamações a respeito do atendimento dos nossos azuizinhos. Eu não quero generalizar, porque tenho vários amigos trabalhando na fiscalização, tenho um respeito muito grande por eles e sei que também são competentes, mas há alguns, caros Vereadores João Antonio Dib e Pedro Américo Leal... O Jandir Basso já me havia feito uma reclamação sobre a forma como ele havia sido tratado pelos azuizinhos que guincharam a camionete dele, em frente ao Hospital Mãe de Deus. A segunda reclamação foi do Ivanor Dartora, que também se envolveu num problema e reclamou da maneira como foi atendido pelos azuizinhos. Bem, até aí, recebi as reclamações, mas nem cheguei a denunciar isso aqui na tribuna. Mas, na última terça-feira, isso aconteceu com este Vereador.

Caro Secretário Luiz Carlos Bertotto, da Secretaria Municipal de Transportes, não temos dúvida, S. S.ª vai ter de avaliar - não digo todos, não podemos generalizar - o preparo de alguns azuizinhos! Está aqui a ocorrência, não dá para ler isso, se alguém conseguir ler... O rapaz não sabia fazer uma ocorrência de trânsito, simplesmente não sabia. Eu é que disse: “Vais ter de fazer assim.” Mas o que ele escreveu não dá para entender. (Mostra a ocorrência.) Eu preciso encaminhar este documento para o seguro, e o seguro não entende o que está escrito aqui. O Secretário tem de preparar, não pode colocar essa gente na rua para fiscalizar o nosso trânsito! Eles têm de ser pessoas preparadas! Como é que eles vão conseguir atender a uma ocorrência sem estar preparados, meu caro Ver. Luiz Braz?!

 

O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, o azulzinho só está preparado para multar. Isso ele sabe! Ele sabe tudo sobre multas! Para o resto ele não está preparado, coitado.

 

O SR. ERVINO BESSON: Srs. Vereadores, qual de V. Ex.as ou qual dos senhores que nos assistem na platéia, na TVCâmara, que um dia não esqueceu os documentos em casa? Casualmente, naquele dia, esqueci dos documentos. Não reclamei. Multaram-me dentro da lei. Tudo bem. Mas está aqui a clareza da multa. Dá para entender perfeitamente. Está aqui, podem olhar. (Mostra o papel da multa.) Mas o auto de infração não dá para ler.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Estou vendo a restrição do seu pronunciamento e a circunstância que V. Ex.ª colocou, afirmando que não são todos os agentes. Mas há um detalhe: a fala do Ver. Luiz Braz, que propõe que os azuizinhos só foram treinados para multar, não pode ser levada em consideração, porque, na verdade, eles passam por treinamento, e, além disso, a empresa, trabalhando na Cidade, reduziu de forma drástica os acidentes com mortes. Eu acredito que isso tem de ser reconhecido também. Agradeço pela concessão do aparte.

 

O SR. ERVINO BESSON: Eu vou fazer um contato com o Secretário... Com a permissão do nosso Presidente, vou conceder um aparte ao Ver. Pedro Américo Leal, porque o assunto é importante.

 

O Sr. Pedro Américo Leal: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu não deveria mais falar porque, quando terminaram com o serviço da Brigada Militar, o Batalhão de Trânsito, terminaram com a paz, com a ordem, com a disciplina, em Porto Alegre, pelo menos, porque falo de Porto Alegre. Não é possível terminar com o Batalhão de Trânsito. Eles têm um ano e um mês de treinamento. Eles são homens preparados para fazer isso. O interessante é que vimos desaparecer o Batalhão de Trânsito, que era praticamente um batalhão, mas não se tem o policiamento rotineiro da Cidade! O que se passou com vinte e três mil homens da Brigada Militar eu não sei! Sumiram os brigadianos!

 

O SR. ERVINO BESSON: Eu até vou ligar para o Secretário. Eu quero ajudar. Estamos aqui para colaborar, estamos aqui para auxiliar. Eu tenho o maior respeito pelos azuizinhos, só que acho que eles vêm denegrindo um pouco a imagem do trabalho da nossa Secretaria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Grande Expediente por cedência de tempo do Ver. Carlos Pestana.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, já foi informado, quando eu presidia a Sessão, numa Questão de Ordem que eu havia formulado, que, não estando presente na oportunidade, o Vereador perdeu a vez na forma do art. 180, § 2.º.

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Para um esclarecimento: a Mesa consultou a Diretoria Legislativa, que informou que havia o direito de o Vereador se manifestar. Portanto, é mantida a palavra ao Vereador.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente vou ler o artigo...

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aproveito este tempo cedido pelo Ver. Carlos Pestana, de forma regimental, porque nós fizemos uma troca hoje. Ver. João Dib, não precisa se irritar, nós trocamos o tempo aqui, foi combinado, e nós vamos falar, é um direito legítimo que nós temos. V. Ex.ª não está nos melhores dias, nós trocamos o tempo e vamos utilizá-lo, não adianta se irritar. Vamos falar dos problemas da nossa Cidade, porque nós os temos e temos que enfrentá-los. Na Sessão passada, eu coloquei aqui a questão. Eu vou dar um aparte a V. Ex.ª como sempre dei, Ver. João Dib.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu realmente fico contrariado, porque, recentemente, por falta de componentes da Mesa, eu presidi a Sessão e alertei que o art. 180, § 2.º diz que quando o Vereador não estiver presente, perde a sua inscrição. Está escrito aqui com todas as letras. Por isso fiz a Questão de Ordem. Isso me entristece, porque lei é para ser respeitada, lei é para ser clara, precisa e concisa.

 

O SR. ADELI SELL: O Ver. Carlos Pestana estava aqui, foi feita uma troca de tempo no Grande Expediente, sou Vice-Líder e tinha comunicado à Mesa que havia cedência do tempo, portanto estamos dentro da norma. O senhor tem que reclamar quando outros fazem “nó em pingo d’água” como costumam fazer aqui nesta Casa. Estamos dentro do tempo e vamos falar.

Na Sessão passada eu havia feito uma gravíssima denúncia aqui acerca de um dumping que estava sendo realizado por uma empresa local, que foi comprada por uma multinacional. Inclusive, essa questão, pela sua importância foi repicada pelos jornais da Capital. Eis que hoje eu recebo um telefonema querendo saber quais eram as minhas fontes, de onde eu tinha essas informações. Ora, o Vereador tem o direito de não revelar as suas fontes, afinal de contas nós temos, inclusive, por todas as questões que tratam da questão desta Cidade, no âmbito desta Cidade, nós temos, Ver. Ervino Besson, imunidade parlamentar. Imaginem se nós não tivéssemos essa condição da imunidade parlamentar para vir aqui fazer denúncias, confrontar questões e fazer cobranças. Não teria sentido o Parlamento. Eis que há pouco recebo no meu celular um telefonema aqui do outro lado do gabinete, de uma pessoa querendo saber questões sobre a denúncia que eu tinha feito, que apareceu no jornal, coisa do tipo. Ora, o que é isso? É patrulha? Tem o direito de se defender. Eu estou convencido de que é dumping, porque tenho informações precisas de que fazem manipulações grosseiras para que não apareça tanto na vista, como se diz; coloca o preço de um luminoso, digamos a 2 mil reais - claro que um preço, digamos, compatível -, e, no entanto, dão dois de bonificação, ou seja, custa menos de 800 reais, que é o preço de custo. Portanto, isso se chama dumping.

Eu fui à Internet e verifiquei no CADE. O CADE é um órgão federal que cuida dessa questão e a indicação, inclusive, é feita pelo Presidente da República, é de um jurista de notório saber, exatamente para tratar das questões da economia. É ligado ao Ministério da Justiça, diga-se de passagem, me coloca o Ver. Juarez Pinheiro. E nós puxamos na Internet todas as questões que dizem respeito ao Direito Comercial, à livre concorrência e a tudo aquilo que está dentro da ilegalidade, como é o caso do dumping. Pois nós vamos continuar a colocar essa questão aqui nesta Casa, como vamos denunciar todas as formas de ilegalidade, como por exemplo os doleiros ilegais que trabalham na Av. Borges de Medeiros. A SMIC, por não se tratar de mercadoria propriamente dita, inclusive está-se prontificando a fazer um estudo na sua assessoria jurídica para ver se pode agir como um comércio informal, ou seja, como camelô, o que na minha opinião não pode ser, mas achei positiva a resposta que o Secretário nos deu. Agora, onde está o Banco Central que tem de cuidar da questão em pauta, ou seja, troca de dinheiro, câmbio? É uma questão que diz respeito ao Banco Central, diz, inclusive, respeito à Polícia Federal. Pois volto a denunciar aqui. E amanhã, mais uma vez, colocarei por escrito a essas instituições, vamos adiante nas ilegalidades.

A questão dos flanelinhas, pois há um Projeto aqui na Casa, pena que temos um plenário esvaziado, porque estamos às vésperas de eleições, mas quero colocar isso no debate e vamos querer votar para saber se vale no voto as críticas que costumeiramente se fazem, ou se vão se dobrar diante das injunções e pressões, como às vezes se dobram, aqui, com pessoas no plenário, como foi feito com a questão dos camelôs. Volto a repetir: temos uma compreensão sobre o comércio informal, queremos, como quer o Ver. Nedel, os mercados populares, mas vamos combater a pirataria, o contrabando, a receptação; vamos continuar combatendo com unhas e dentes. São ilegalidades e, como tais, vamos tratar.

E vou mais longe: temos a poluição sonora. Temos defendido aqui a gastronomia, a questão do vinho como elemento de atração turística, mas casas noturnas, bares, restaurantes travestidos, poluindo, infernizando a vida das pessoas num bairro...

Vereador, tenho mais três minutos do Grande Expediente. Vamos continuar a colocar essas questões, como temos colocado essa questão acerca do Bairro Rio Branco. Estamos pedindo audiência com o Secretário Municipal da Indústria e Comércio, porque, na nossa opinião, vários alvarás não existem, nem poderiam existir.

Portanto, caro Ver. João Dib, coloco algumas questões importantes ao debate desta Casa. Desculpe-me V. Ex.ª, eis que tivemos essa pequena altercação, mas tenho convicção de que eu estava com a razão. Hoje eu estava com a razão. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2779/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 170/02, de autoria da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que altera dispositivos da Lei n.º 8.279, de 20 de janeiro de 1999, e alterações posteriores, que disciplina o uso do Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários no Município e dá outras providências.

 

PROC. 2781/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 096/02, de autoria da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que consolida as disposições sobre estágio curricular e não-curricular de estudantes de estabelecimento de ensino médio, técnico e superior na Câmara Municipal de Porto Alegre, define o número de vagas, estabelece critérios para a seleção e dá outras providências.

 

PROC. 2862/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 181/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Nelson Gonçalves um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. 2869/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 182/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que denomina Passarela Setimo José Luizelli a passarela de pedestres sobre a Rua da Conceição, junto à Estação Rodoviária de Porto Alegre, localizada no Largo Vespasiano Júlio Veppo, no Centro.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2685/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 015/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que institui o Corredor de Cavalgadas no Município de Porto Alegre e acrescenta novas disposições à Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e alterações posteriores.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2746/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 094/02, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Paulo Roberto Brito Martins (tio Tony).

 

PROC. 2783/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 171/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ivan Carlos Gatti um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. 2798/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 173/02, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que altera dispositivo da Lei nº 5.456, de 23 de outubro de 1984, e alterações posteriores, que define Pontos de Estacionamento para o serviço de transporte de passageiros em veículos de aluguel – Táxis, e estabelece normas.

 

PROC. 2835/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 178/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que altera o art. 1º da Lei nº 1.959, de 26 de junho de 1959.

 

4ª SESSÃO

 

PROC. 2734/02 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 005/02, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, que altera o art. 12 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (bens públicos municipais)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o problema não é fazer leis, o problema é respeitar as leis existentes. Mas como respeitar as leis? Como conhecer as leis, se em três anos, vejo aqui, foram feitas nesta Casa, seiscentas leis? Seiscentas leis! Mas, pelo amor de Deus, nós estamos tão carentes de leis?

É por isso que se faz aqui uma proposição de trazer para a frente o Grande Expediente; vencido o Grande Expediente, entra nas Comunicações e as confusões acontecem, porque ninguém sabe o que é Regimento. Passou-se do Grande Expediente para Comunicações, não tinha mais o que fazer, por isso eu estou sempre preocupado com as leis, por isso eu gosto, também, da Pauta. Hoje, sobre o primeiro Projeto em Pauta dá para falar cerca de duas horas.

A Bancada do Partido dos Trabalhadores está alterando a Lei n.º 8. 279 de 20 de janeiro de 1999, e alterações posteriores. Ele não pode alterar, no entendimento deste Vereador, a Lei n.º 8. 279, porque o que ele está alterando foi alterado. Por isso é que eu disse que havia seiscentas leis. Foi alterado pela Lei n.º 8.882. Ele está alterando a mesma coisa que já foi alterado. Então, ele tem que alterar o disposto na Lei n.º 8.882; ele está alterando os mesmos artigos, os mesmos parágrafos, as mesmas coisas. Então, ele tinha, no entendimento deste Vereador, que é engenheiro, que alterar a Lei n.º 8.882, porque essa parte que ele está querendo alterar na Lei n.º 8.279 não existe mais. Então, se não existe, não pode alterar.

Mas, de qualquer forma, vamos até dizer que valha a colocação feita pela Bancada do Partido dos Trabalhadores. O que aconteceu com essa Lei que movimentou a sociedade? Sim, pois disciplina o uso do mobiliário urbano e veículos publicitários no Município e dá outras providências.

Em 20 de janeiro de 1999, sancionada a Lei, o Executivo tinha que regulamentá-la, mas não o fez; não fazendo a regulamentação, os interessados se movimentaram. Quando entrou a atual Lei, que é a Lei n.º 8.882, que foi aprovada porque foi derrubado o Veto do Sr. Prefeito, o Executivo disse: “Não, pode deixar que nós vamos mandar outro Projeto de Lei para acertar o que está errado”. Por isso eu digo sempre: lei deve ser fruto da razão, da experiência e da luz. Eles não aplicaram a primeira lei, resultado de um seminário de três dias nesta Casa sobre veículos de propaganda ao ar livre, não usaram, criaram problemas de toda sorte, não regulamentaram definitivamente, e aí veio uma outra lei e agora dá na mesma coisa.

Então, o problema é muito mais sério do que parece. Nós precisamos estudar com calma e tranqüilidade. E o Executivo não é o dono da verdade, o Executivo vai ter de cumprir a lei também, se diz que tem que ser regulamentado, que o faça rapidamente; se acha que há equívocos na lei aprovada na Casa, que proponha as alterações e não mande a sua Bancada fazer as alterações aqui propostas.

Por isso, Sr. Presidente, que eu sempre digo que a lei precisa ser muito mais estudada, não é só fazer leis. São seiscentas leis em três anos, mas quem é que vai acompanhar seiscentas leis? Tem que regulamentar, tem que procurar saber se está certo, se está errado, se precisa ser modificado. Mas o dono da verdade é o Executivo e ele nunca tem nada para nos dizer, ele não pode regulamentar, ele não pode propor alteração e agora a sua Bancada propõe um alteração. Eu entendo, como engenheiro, não jurista, que as proposições aqui feitas estão equivocadas, porque elas não existem mais, exatamente as mesmas proposições, os mesmos artigos, os mesmos parágrafos foram modificados por outra lei; eu preciso modificar o que está hoje em validade, porque aquilo que tinha na Lei n.º 8.279, ainda que diga em alterações posteriores, no entendimento deste Vereador não está valendo; não é jurídico, no mínimo não é inteligente. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente no exercício da Presidência, Ver. João Carlos Nedel, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, traz-nos a esta tribuna um assunto que nós temos priorizado no nosso mandato, que é justamente o disciplinamento do mobiliário urbano e veículos publicitários na cidade de Porto Alegre. A Bancada do PT apresenta o Projeto de Lei que visa justamente a resgatar algumas coisas alteradas na Lei n.º 8.882/02, alterada aqui por esta Casa. O que buscamos fazer sempre? Fazer com que a sociedade debatesse melhor esse assunto - arquitetos, paisagistas, empresários, associações de bairros - visando a discipliná-lo, porque isso diz respeito à paisagem da Cidade - a nossa paisagem - e se não for bem disciplinado, acarretará, como já acarreta, poluição visual. Existem técnicos, na SMAM, que fazem um extraordinário trabalho nesse sentido, e têm conseguido, em várias regiões da Cidade, principalmente no Centro, resgatar essa paisagem construída da Cidade, disciplinando melhor a colocação de propagandas. Então, quero, num primeiro momento, parabenizar a Bancada do PT que apresenta um Projeto de Lei, visando, justamente, a debater com a sociedade o melhor disciplinamento disso. Embora achássemos - e isso já foi mais do que registrado - que temos que elaborar um plano diretor da paisagem da cidade de Porto Alegre. Isso já foi acordado, numa reunião que fizemos aqui no plenarinho desta Casa, com a sociedade: temos que buscar o plano diretor. Então, isso é importante, sim, mas temos que fazer um mapeamento da Cidade de uma forma geral.

Mas o que nos causa estranheza com relação ao que está disciplinado aqui no Projeto de Lei, é que alguns Vereadores que apresentaram o Projeto - alguns - estão poluindo da Cidade. Como estão poluindo a Cidade? Com as propagandas nas ruas. Então, por exemplo, disciplinam aqui, e com razão, que não se poderá colocar tabuletas, placas e painéis numa distância de 50 metros de elevadas e rótulas, excetuando-se os letreiros. Mas é o que mais se faz na Cidade. Inclusive, alguns Vereadores que estão assinando o Projeto de Lei. Então, isso é incoerente! Nós temos de dar testemunho daquilo que nós pregamos e fazemos. Apresenta-se um Projeto de Lei para evitar a poluição visual e ao mesmo tempo executa, faz a poluição visual na Cidade. É por isso que nós temos também de resgatar aqui o Projeto de Lei do Ver. Haroldo de Souza, que, mal ou bem, ao menos disciplina isso. Existem cidades onde não se permite o que Porto Alegre está fazendo, porque se a legislação federal autoriza a propaganda ao ar livre em campanhas eleitorais, cabe ao Município disciplinar essa lei eleitoral, o que Porto Alegre não fez. Cabe registrar aqui que nós queremos, sim, voltar a debater este assunto: propaganda ao ar livre e o mobiliário urbano da cidade; mas não podemos deixar de lado o que está acontecendo hoje na cidade de Porto Alegre, que é a expressiva poluição visual, lamentável, que polui a paisagem, que afasta o turista. Nós estávamos agora falando da Semana Mundial do Turismo. Até porque várias cidades do Rio Grande do Sul e de outros Estados estão conseguindo disciplinar a legislação federal que oportuniza a propaganda eleitoral ao ar livre. Aqui em Porto Alegre não se fez. Então, temos de ser coerentes, não podemos apresentar algo e fazer diferente. Alguns Vereadores vieram à tribuna detonando, com razão, o Projeto de Lei que alterou a Lei n.º 8.279/99, porque ela não foi debatida suficientemente, mas poluem a Cidade aí na rua. Temos de ser coerentes e dar testemunho daquilo que nós pregamos. Mas quero parabenizar o Projeto de Lei; nós temos de debater novamente esse assunto, porque Porto Alegre merece uma paisagem melhor do que tem, com menos poluição visual. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, em exercício, Ver. João Carlos Nedel, Srs. Vereadores e Vereadoras, pessoas que nos assistem pela TV Câmara, cumprimento a todos. Na 2.ª Sessão de Pauta está o Proc. n.º 2.685/02, PLCL n.º 015/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo. O Ver. Sebastião Melo quer instituir um corredor de cavalgadas no município de Porto Alegre. Esta Casa vai ter a oportunidade de analisar, talvez no decorrer deste ano ainda, este Projeto de Lei do Ver. Sebastião Melo. No nosso entender o Projeto do Ver. Sebastião Melo é de grande importância para a cidade de Porto Alegre, está resgatando uma cultura, principalmente no que toca às nossas cavalgadas.

No dia de ontem tivemos o encerramento, e a maioria é testemunha disso, da grande festa que aconteceu no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, com uma grande divulgação na imprensa. De cento e cinqüenta a cento e oitenta mil pessoas se fizeram presentes e participaram, durante quinze dias, dos festejos da Semana Farroupilha. No desfile do dia 20 a quantidade de pessoas que se fizeram presentes era muito grande. Vamos ter a oportunidade de trazer a esta Casa esses números, porque com este Projeto vamos poder trazer dados importantes sobre a quantidade de cavalos que desfilaram no dia 20. O local está ficando pequeno para abrigar tanta gente. Não é oficial, mas extra-oficialmente temos informações que há uma lista de espera de mais de cem piquetes. Mais de cem piquetes estão em lista de espera de local para poderem colocar as suas barracas, as suas casas, um local onde eles possam conviver nessas festividades. É uma cultura que está em pleno crescimento, e vemos isso com bons olhos, porque nesses piquetes, nos CTGs, nessas festividades, nesses convívios fraternos, convívios familiares, temos acompanhado os pais junto com os jovens, os filhos e filhas participando desse convívio sadio. É disso que necessitamos para que se tenha uma sociedade mais fraterna, mais justa e com jovens convivendo familiarmente.

Portanto, nada mais justo do que nós homenagearmos, Ver. Pedro Américo Leal, todas essas pessoas que se envolveram nesse evento, destacando e parabenizando as pessoas que organizaram e que participaram do desfile, pessoas de todas as idades - isso é que é importante: pessoas de todas as idades. Fica aqui o nosso reconhecimento, o nosso abraço a todos os piquetes, aos CTGs, enfim, a todas as pessoas que se envolveram nesse grande evento. Que o próximo ano siga no mesmo nível e cada vez cresça mais, porque assim teremos uma sociedade mais fraterna e mais justa para todos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Caro Ver. João Carlos Nedel, na presidência dos trabalhos, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, cidadãos de Porto Alegre, eu pretendo dialogar com os Vereadores João Antonio Dib e Beto Moesch sobre o Projeto de Lei proposto pela minha Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, acerca da poluição visual, Projeto esse que tenta modificar aquilo que foi modificado, equivocadamente, na Lei n.º 8.279. Pretendemos, Ver. João Dib, retomar aquilo que achávamos e que continuamos achando que é correto naquela Lei. Podemos até discutir a formulação que V. Ex.ª critica, mas nós queremos debater exatamente isso.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, aliás a Bancada de V. Ex.ª demonstra, mais uma vez, a fúria fiscalista do Partido dos Trabalhadores. O art. 52 está alterando, através do art. 7.º, o que é um absurdo - está aqui -, mas, de qualquer forma multa no valor de 237,562 UFMs é o que está na lei vigente. Estão propondo, apenas, uma multa de cem vezes mais: 23.752 UFMs. É a fúria fiscalista e não é buscar a solução, porque a grandiosidade da pena não resolve o problema e sim a fiscalização.

 

O SR. ADELI SELL: É simplesmente ridícula a multa que é dada hoje, porque se faz tudo o que não se deve fazer nesta Cidade. Estão esculhambando com a nossa Cidade.

Antes eu falava aqui do dumping que está sendo feito aqui na área da publicidade ao ar livre. Volto a dizer e a insistir: estarei ao lado das empresas que estão sofrendo a “loucuragem” dessas multinacionais que vêm aqui para destruir as nossas empresas. A palavra “loucuragem” existe no dicionário. Ver. Pedro Américo Leal, o mundo muda, e nós temos muita criatividade, no nosso País, para criar esse tipo de linguajar, para mostrar exatamente o que fazem as empresas multinacionais. Eu sei que V. Ex.ª também fica atordoado diante delas e sabe que isso é uma “loucuragem”. Por isso, nós queremos mostrar à cidade de Porto Alegre que é preciso termos uma cidade tranqüila, serena, em que se possa percorrer as ruas sem ficar chocados com painéis luminosos, um atrás do outro, com outdoors na boca de túnel, com publicidade atordoando tudo e todos. Isso que o Ver. Beto Moesch levanta aqui sobre a publicidade eleitoral é uma determinação do Tribunal Superior Eleitoral.

Por exemplo, na cidade de Novo Hamburgo há uma legislação que coíbe; no entanto, os candidatos puderam colocar, contra a Lei Municipal, porque é uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral. É o que dizem os jornais, ou os jornais estão mentindo. Eu tenho uma posição muito clara sobre essa questão, já disse aqui e volto a dizer: considero poluição visual. E devemos, inclusive, criar, modificar, transformar.

Nós gostaríamos de ver, sim, todos os Vereadores, que começaram, aqui, fazendo grandes críticas sobre essa publicidade, que, quando nós votarmos essa lei, estejamos todos juntos. Eu não mudei de opinião, e nem vou mudar de opinião, porque tenho opinião formada: sou contra a poluição visual, sou contra a poluição sonora. Eu sei como alguns bairros estão sendo transtornados por esse tipo de poluição, seja a poluição sonora ou como, por exemplo, na Mostardeiro, em que é simplesmente um impacto de dar dó de ver toda aquela luminosidade, todos aqueles cartazes, toda aquela parafernália diante dos nossos olhos, transtornando, sem dúvida nenhuma, estressando o motorista e as pessoas que circulam e passeiam por nossa Cidade.

Uma cidade turística como Barcelona, por exemplo, não tem esse tipo de poluição visual, e as cidades que guardam seu patrimônio são muito duras quanto a isso. Eu li, há pouco, uma matéria nos jornais de São Paulo sobre o Centro de São Paulo, o combate que a Prefeita Marta Suplicy está dando à poluição visual, resguardando o patrimônio cultural da Cidade, já que o Centro guarda esse patrimônio, como o nosso Centro também guarda.

É preciso discutir essa lei, e nós chamamos os Srs. Vereadores à boa discussão desse Projeto de Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acho, Ver. Pedro Américo Leal, que críticas generalistas relativas ao Parlamento e, principalmente, na Casa onde militamos, às vezes, buscam, meramente, a promoção pessoal de quem as faz, tentando colocar em situação de dificuldades os demais colegas e angariando para si algum prestígio político. Eu nunca fiz isso e não sou de fazer isso.

De outra parte, não podemos também esconder quando nos equivocamos. Nós podemos nos equivocar pessoalmente nas nossas ações, e uma estrutura coletiva também pode-se equivocar. Foi o que ocorreu com a Câmara de Vereadores relativamente à legislação que tratava do mobiliário urbano. O que houve nesta Casa é que o Ver. Carlos Alberto Garcia propôs uma legislação nova, chamada “As Empenas Cegas”, que significam a colocação de imensos painéis em prédios sem aberturas, sem janelas. Foi uma discussão longa nesta Casa, a sociedade civil se manifestou em vários programas de rádio - eu cito um, como o do Lauro Quadros, absolutamente contrário, eu lembro, 75% a 25% contra essa iniciativa. Mas, ela ainda tinha uma discussão com algum fundo que possibilitava teses a favor e contra a iniciativa do Ver. Carlos Alberto Garcia. Mas a Câmara de Vereadores, vejam bem, não podemos esconder, quando da apreciação dessa matéria, teve um dos seus dias mais infelizes, talvez, da sua história. A Câmara de Vereadores – eu aqui não estou pessoalizando Vereador nenhum, eu falo a Câmara enquanto estrutura –, virou as costas para a população. E estando, eu lembro bem, na galeria à minha esquerda, apenas empresários desse ramo, dignos, honrados, que estavam aqui, legitimamente, buscando colocar na proposta, dando apoio às empenas cegas e também iniciativas suas. Os empresários entregavam as Emendas a alguns colegas, e eles, imediatamente, as apresentavam à Mesa. A população não estava aqui. Por isso que eu digo: foi um dia triste. E o que houve foi que, afora a aprovação das empenas cegas, nós aprovamos, Ver. Ervino Besson, que se colocassem tabuletas a 20 metros de túneis e elevadas. Nós possibilitamos que, de uma forma indiscriminada, pudessem aumentar o tamanho desses imensos painéis que são colocados ao entorno das rodovias. Nós permitimos que as margens do Guaíba fossem poluídas. E a população se manifestou de forma contundente, contrariamente à Câmara de Vereadores na sua decisão. E a população tem direito de fazer isso.

Eu acho, Ver. Estilac, que me pede um aparte, que essa iniciativa, não por ser da nossa Bancada, fosse de quem fosse, qualquer outro Vereador, ela significa, na verdade, uma autocrítica, um dos maiores equívocos que esta Casa já cometeu. Esta Casa se virou de costas para toda a sociedade e de frente para meia dúzia de empresários que aqui nos pressionaram.

Então, o mínimo que se poderia fazer era fazer voltar aquelas regras antigas para que, depois, se instalasse um grande debate.

Eu vou lhe conceder o aparte, Ver. Estilac, quero dizer que a lei que, dessa forma, a Câmara alterou, tinha sido fruto, o Ver. João Antonio Dib participou, foi coordenado pelo Ver. Clovis Ilgenfritz, na época, de uma grande discussão. A sociedade civil participando, participando os empresários, os Vereadores. Mas desta vez, no caso, não só das empenas cegas, mas aquelas Emendas que, na verdade, desregulamentaram todo setor, a Câmara equivocou-se, e nós não podemos esconder.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço ao Ver. Juarez Pinheiro. A Bancada tenta, através deste Projeto recuperar algo precioso que nós perdemos. Há pouco, o Ver. Beto Moesch fez uma referência elogiosa a nossa atitude de Bancada, mas fez uma comparação, criando um contraditório...

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Um equívoco dele, porque aquilo é temporário, na questão eleitoral. E esses plásticos colocados nos postes são os que menos trazem poluição. Terminada a campanha eleitoral, Ver. Pedro Américo Leal, é só pegar um ferro, puxar, terminou. Ao contrário do que era antes, quando colocavam colado nos postes material de propaganda eleitoral. Mas mesmo assim, Ver. Estilac, é temporário.

 

O Sr. Estilac Xavier: Não tem nada que ver com propaganda, mobiliário urbano, não tem nada que ver. É lei decorrente da Constituição. Ou seja, nós estamos montando e remontando o poder político administrativo do Brasil, e, portanto, a legislação é regular e absolutamente correta. E o Município não pode legislar sobre isso.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu concedo o aparte ao Ver. João Antonio Dib, mesmo ele me contestando, quero que com as suas palavras que ele encerre o meu pronunciamento, sem que eu tenha, inclusive direito ao contraditório. Mas o que eu quero dizer, Ver. João Antonio Dib, é que aprovar isso é o mínimo que esta Casa pode fazer. E daí, sim, vamos estabelecer uma grande discussão com todos os setores envolvidos.

Quero que V. Ex.ª conclua a minha intervenção, mas esta Casa teve, nesse dia, talvez, desde a sua permanência nesta Casa, Ver. João Dib, que remonta a sete mandatos, talvez o seu dia mais triste.

 

O Sr. João Antonio Dib: Nobre Vereador, eu dizia que, além da fúria fiscal eu quero dar o exemplo a V. Ex.ª, no Projeto de Lei que eu considero completamente equivocado. O art. 2.º dá nova redação ao caput do art. 8.º. Então diz assim: “Art. 8.º - Pintura, mural artístico...”

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. João Antonio Dib, nós não damos prêmio a infrator, infrator a gente pune. V. Ex.ª quer dar prêmio a infratores, neste caso.

 

O Sr. João Antonio Dib: Não, não... É fúria fiscal, aumentar cem vezes o valor da multa; não resolve o problema.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Houve uma Emenda que diminuiu cem vezes o valor da multa e essa Emenda foi aprovada aqui. Isso foi um prêmio aos infratores...

 

O Sr. João Antonio Dib: Eu aprendi com Heleno Fragoso: “Não vale a grandiosidade da pena, mas a certeza da impunidade”. Parece que há impunidade em muitas coisas na Prefeitura. Mas não é isso. A redação de V. Ex.ª, art. 8.º: “Pintura, mural artístico – são pinturas artísticas executadas sobre empenas cegas de edificações”. O que está na Lei vigente:”... pintura mural artístico, são as pinturas artísticas executadas sobre muros, fachadas e empenas cegas de edificações...”

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª é um dos Vereadores mais experientes desta Casa e está entendendo tudo. V. Ex.ª está entendendo que nós estamos refazendo um erro da Casa; nós estamos fazendo voltar a redação anterior, Ver. João Antonio Dib, porque a nova redação é uma redação que se coloca contra a Cidade, a favor dos infratores, contra o meio ambiente, uma legislação que vai deteriorar, desregulamentar todo o controle do nosso visual urbano, que é um visual que hoje simboliza a qualidade de vida da nossa Cidade e a qualidade da nossa cidadania, também.

Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª sabe: é isso que nós estamos fazendo.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª é um emérito jurista e muitas vezes eu recorro a V. Ex.ª. Então, modifiquem a lei vigente, porque o resto não existe.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. João Antonio Dib, V. Ex.ª, então, encerrou e eu não quero contraditá-lo, eu só quero dizer que este é o sentido, é uma autocrítica da Câmara de Vereadores em relação à Cidade, nós estamos devendo a Porto Alegre o retorno à legislação que não beneficie infratores e que beneficie, sim, a estética e a qualidade paisagística da nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Encerrado o período de Pauta. Visivelmente, não há quórum para a Ordem do Dia. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h14min.)

 

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